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| - “Tudo bem explicado no gráfico… O pântano socialista que arrasta Portugal para a pobreza não é só culpa do PS, que se limita a aproveitar e a gerir a miséria… Quem vota na pobreza só merece a pobreza”, comenta-se num post de 25 de novembro no Facebook, remetido ao Polígrafo com pedido de verificação de factos.
Em causa está um gráfico que compara a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) per capita em paridades de poder de compra de Portugal e da Roménia, desde o ano de 2000, em percentagem da média da União Europeia.
De acordo com os dados do gráfico apresentado na publicação, desde 2000 que a Roménia está a aproximar-se velozmente do nível de Portugal (que tem variado entre a diminuição e a estagnação) até à ultrapassagem estimada para o ano de 2024. Tem fundamento?
O gráfico foi replicado a partir de uma notícia do jornal “Expresso” (edição de 25 de novembro), na qual se informa que “a confirmarem-se as mais recentes previsões de Outono da Comissão Europeia, 2024 ficará para a história como o ano em que a Roménia – outrora o mais pobre dos atuais 27 Estados-membros – ultrapassará Portugal no ranking de desenvolvimento económico da União Europeia”.
“Os romenos deverão ascender ao 19.º lugar deste ranking, com o PIB per capita a convergir para 79% da média europeia. Os portugueses voltarão a cair, para 20.º lugar, com um PIB per capita equivalente a 78,8% da média europeia. E com húngaros e polacos no seu encalço”, detalha-se.
“A Comissão Europeia costuma usar este indicador do PIB per capita para repartir os fundos europeus em função do nível de desenvolvimento das regiões europeias face à média da UE27. Mas convém alertar para as constantes revisões, devido às margens de erro estatísticas associadas a este indicador expresso em paridades de poder de compra. Em causa está uma espécie de conversor monetário que serve para eliminar as diferenças nos níveis de preços entre países, de modo a se poder comparar a riqueza que cada Estado-membro consegue criar por habitante“, sublinha o referido jornal.
De acordo com o boletim de Previsões Económicas de Outono da Comissão Europeia, o crescimento do PIB de Portugal, após um aumento substancial de 6,6% em 2022, deverá abrandar nos dois anos seguintes: +0,7% em 2023 e +1,7% em 2024.
Por seu lado, o crescimento do PIB da Roménia, após um aumento substancial de 5,8% em 2022, deverá abrandar (embora não tão acentuadamente como o de Portugal) nos dois anos seguintes: +1,8% em 2023 e +2,2% em 2024.
Portugal foi ultrapassado no PIB per capita por seis países (dos atuais 27 membros da UE) desde 2001
Tal como o Polígrafo já verificou, de acordo com os dados compilados pelo Eurostat, ao nível do Produto Interno Bruto (PIB) per capita, em Paridades de Poder de Compra (PPC), Portugal baixou de 78% da média da União Europeia (com 27 Estados-membros, excluindo desde logo o Reino Unido que deixou de ser membro em 2020) em 2015, quando António Costa assumiu o cargo de primeiro-ministro, para 74% em 2021.
Entre os atuais 27 Estados-membros, Portugal ocupava a 17ª posição em 2015, tendo caído para a 21.ª posição em 2021.
Aprofundando a pesquisa nos dados do Eurostat, de forma a recuar até 2001, verificamos que nesse ano Portugal registava 84,1% da média da União Europeia (com os atuais 27 Estados-membros).
Encontrava-se assim na 15.ª posição, à frente (por ordem decrescente) da Eslovénia, Malta, República Checa, Hungria, Eslováquia, Croácia, Polónia, Estónia, Lituânia, Letónia, Bulgária e Roménia.
Importa aqui salientar que 13 países ainda não eram membros da União Europeia em 2001.
Ora, apenas em 2004 é que entraram Chipre, Eslováquia, Eslovénia, Estónia, Hungria, Letónia, Lituânia, Malta, Polónia e República Checa. Por sua vez, a Bulgária e a Roménia passaram a integrar a União Europeia em 2007, ao passo que a Croácia só avançou em 2013.
Em 2021, Portugal caiu para a 21.ª posição do ranking do PIB per capita (em PPC), tendo sido ultrapassado por seis países na comparação direta com 2001.
A saber: Eslovénia (14.ª posição), Malta (11.ª posição), República Checa (13.ª posição), Hungria (20.ª posição), Polónia (19.ª posição) e Lituânia (15.ª posição).
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Avaliação do Polígrafo:
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