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| - “Rússia está a mover ‘Iskanders’ para a fronteira com a Finlândia tendo como pano de fundo a adesão à OTAN”, afirma-se numa publicação partilhada no dia 16 de maio. No entanto, os meios de transporte apresentados no vídeo não conseguem carregar esses sistemas russos e não é possível provar se seguem em direção à Finlândia.
O Iskander-M é um sistema russo de mísseis “surface-to-surface” – ou seja, capaz de viajar de uma base na superfície da terra para um alvo também na superfície – de curto alcance, que consegue lançar ogivas convencionais e nucleares.
Contudo, as imagens partilhadas não mostram esse tipo de equipamento. Joseph Dempsey, investigador associado para a defesa e análise militar no Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), disse à agência Reuters que o excerto mostra um sistema de mísseis de defesa costeira denominado K-300P Bastion-P.
O especialista explica que, embora ambos utilizem o mesmo chassis produzido na Bielorrússia, existem numerosas diferenças, como “a carroçaria mais suave e a maior saliência traseira do lançador”. “Ao contrário dos mísseis de duplo cabo de ataque terrestre balístico e de cruzeiro associados ao sistema Iskander, o P-800 Oniks (sistema Bastion) é avaliado como capaz de transportar apenas uma ogiva explosiva convencional”, acrescenta o investigador.
Pavel Podvig, um investigador do Programa de Armas de Destruição Maciça do Instituto das Nações Unidas para a Investigação do Desarmamento (UNIDIR) facultou à Reuters a mesma informação que Dempsey. Contudo, clarifica, “se houver ogivas nucleares atribuídas, essas seriam armazenadas numa instalação separada, apenas para serem acopladas a mísseis no momento de um nível de alerta elevado”.
A Reuters localizou o equipamento na estrada A-181 a norte de São Petersburgo. Realmente, viaja na direção de Vyborg, perto da fronteira com a Finlândia. Contudo, está também a 89 km da cidade, tornando-se impossível perceber o seu destino final. Ainda assim, fonte oficial das Forças de Defesa finlandesas garante: “É completamente normal que a Rússia mova diferentes tipos de sistemas de armamento para as suas fronteiras”.
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