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| - Ouvido hoje, dia 6 de junho, em audição na Comissão de Assuntos Constitucionais, o secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro, António Mendonça Mendes, prestou esclarecimentos sobre o chamado “Galambagate”, nomeadamente sobre a questão cuja resposta todos queriam escutar: afinal foi ou não ele quem deu indicação a João Galamba para que este acionasse os Serviços de Informações e Segurança (SIS) no caso “resgate” do computador de Frederico Pinheiro, o ex-assessor do ministro das Infraestruturas?
Mendonça Mendes começou por confirmar que João Galamba lhe ligou na noite de 26 de abril e que atendeu a chamada: “Sim, relatou-me os acontecimentos do Ministério das Infraestruturas. Sim, o senhor ministro estava muito preocupado com a informação classificada que estava no computador e a quem devia ser reportado”. Mas não confirmou nem negou que lhe deu indicações para instruir o SIS a entrar em ação.
As declarações de Mendonça Mendes foram, aliás, noutro sentido: o adjunto de Costa quis esclarecer, como tinha feito Galamba, que o reporte aos Sistemas de Informação da República “não decorreu de sugestão ou indicação” da sua parte “ou de qualquer membro do Governo”. Esta informação era conhecida e João Galamba já a tinha tornado pública quando fez a reconstituição das chamadas efetuadas na noite de 26 de abril.
A frase do adjunto de Costa motivou acusações de contradição em relação ao que disse o ministro das Infraestruturas no dia 18 de maio durante a sua audição na comissão de inquérito à TAP. Questionado pelo deputado Bernardo Blanco (IL) sobre quem é que lhe disse para contactar o Serviço de Informações de Segurança (SIS), Galamba respondeu: “O gabinete do Primeiro-Ministro. O secretário de Estado Adjunto Mendonça Mendes.”
Porém, e mesmo que o ministro tenha falado com Mendonça Mendes sobre as entidades a quem devia reportar o caso (como este veio a confirmar), foi Eugénia Correia, chefe de gabinete, quem fez a chamada para ativar o SIS, sem alegadamente ter conhecimento de qualquer indicação que tenha sido dada a Galamba por membros do Governo.
Mendonça Mendes, aliás, rejeitou qualquer contradição “entre aquilo que o Governo tem vindo a dizer” e acrescentou que um “reporte não é um pedido para agir”, confirmando, por outras palavras, que reportou a Galamba quais seriam as entidades competentes, mas que não foi este o gatilho para que a chamada de Eugénia Correia tenha sido feita.
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Avaliação do Polígrafo:
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