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  • “Sabem quais são os sete castelos representados na bandeira nacional? Albufeira, Aljezur, Cacela-a-Velha, Castro Marim, Estômbar, Paderne, Sagres. Que simbolicamente representam a conquista definitiva do Algarve. Um Algarve que foi marcante na construção de Portugal e continua a ser parte vital no seu todo. Apesar de algumas elites o ignorarem. Haja memória. ‘Os sete castelos da bandeira de Portugal, em volta das suas cinco quinas, representam as fortalezas de Estômbar, Paderne, Aljezur, Albufeira, Cacela, Sagres e Castro Marim, todas elas da região do Algarve'”, destaca-se no texto da publicação em causa. Confirma-se? Questionado pelo Polígrafo, Miguel Metelo Seixas, especialista em heráldica e autor do livro “Quinas e Castelos – Sinais de Portugal” (Fundação Francisco Manuel dos Santos, maio de 2019), ressalva que a “a identificação dos sete castelos da bordadura é uma lenda“. Segundo o especialista, durante a guerra civil “que, entre 1245 e 1248, opôs o rei D. Sancho II ao seu irmão D. Afonso”, depois de ter estado emigrado em França, “D. Afonso passou a adoptar outras armas, consentâneas com a sua dignidade de infante e defensor do reino. Assim, às quinas que formavam o núcleo original das armas reais portuguesas, D. Afonso juntou uma bordadura semeada de castelos“. “A escolha da bordadura de castelos afigurava-se inevitável no panorama genealógico e político da época: importava realçar a sua ascendência na Casa Real de Castela, de modo a patentear a qualidade e extensão das suas ligações com as demais dinastias reinantes no Ocidente”, explica Metelo Seixas. Em 1248, D.Sancho II morreu e D. Afonso tomou então o título de rei. Metelo Seixas indica que “nesse momento, D. Afonso III, enquanto chefe da dinastia, deveria ter assumido as armas plenas do reino, abandonando a diferença da bordadura de castelos. Não o fez, porém. Não dispomos de fontes que expliquem esta opção do rei, estranhável à luz dos usos heráldicos da época”. A associação dos castelos ao Algarve surgiu apenas no século XV. Metelo Seixas escreveu no seu livro que “o cronista Rui de Pina, interrogando-se acerca do significado da bordadura, aventa diversas hipóteses interpretativas, fixando a sua escolha numa: como sinal da dupla titulatura régia que assumiu, D. Afonso III teria fundido num só escudo os sinais denotativos do reino de Portugal (as quinas) com os do reino recém-conquistado do Algarve (os castelos). Duarte Nunes de Leão, em posterior crónica quinhentista, estabeleceu um elo explícito entre essa explicação “algarvia” da bordadura e a anterior interpretação cristológica das quinas, referindo que os castelos correspondiam em número às principais fortificações tomadas aos mouros e que a cor vermelha do campo aludia ao “espargimento de sangue inerente a tal Reconquista”. De resto, o número de castelos “dependia do preenchimento dos espaços vazios disponíveis, variando conforme o formato do escudo e a escala dos objectos a que as armas eram aplicadas”. Também questionada pelo Polígrafo sobre a mesma matéria, Manuela Mendonça, presidente da Academia Portuguesa de História, sublinha que “não há qualquer documento da época onde fique assinalado o motivo da inclusão dos castelos na bandeira“. “O que temos são interpretações, havendo quem os explique pela conquista de cidades, pela relação com Castela ou ainda, como é o caso, identificando-os com a conquista definitiva do Algarve, por D. Afonso III”, afirma Mendonça. Pelo que concluímos não ser possível garantir que os sete castelos que figuram no brasão de armas da bandeira nacional representam, de facto, a reconquista do Algarve e as fortificações enunciadas na publicação. ___________________________________ Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social. Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é: Parcialmente falso: as alegações dos conteúdos são uma mistura de factos precisos e imprecisos ou a principal alegação é enganadora ou está incompleta. Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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