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| - “Criança sueca espancada por migrante muçulmano, por ter olhos azuis…” Este é o comentário em língua portuguesa que acompanha a partilha da suposta “notícia” em língua inglesa que tem origem numa página denominada como “Daily Political News”.
Em menos de uma hora já acumula centenas de comentários e partilhas. A fonte de informação não é fidedigna, de todo, mas a imagem da “criança sueca” com visíveis ferimentos em torno dos olhos azuis, acompanhada pela acusação de que terá sido espancada por um “imigrante muçulmano”, parece ser mais forte do que o sentido de cepticismo relativamente a este conteúdo duvidoso que está assim a tornar-se viral no Facebook.
Aliás, não se trata de um conteúdo duvidoso, apenas e só uma história completamente falsa que já circula em páginas ligadas a movimentos de extrema-direita, anti-imigração, racistas e xenófobos desde meados de 2013. Chegou entretanto a Portugal e está a provocar os mesmos efeitos de desinformação e incitamento ao ódio que já se tinham verificado noutros países, sobretudo na Europa.
Na verdade, a criança de cabelos loiros e olhos azuis da imagem chama-se Sophie Willis. Em 2008, então com quatro anos de idade, Sophie Willis foi mordida por um cão de raça Rottweiler na sua própria casa, em Cardiff, País de Gales.
Segundou noticiou na altura a BBC, a menina teve que ser suturada com 20 pontos no rosto, devido aos ferimentos provocados pelo cão que se chamava Kaizer e tinha sido recentemente adoptado pelo pai, Rob Willis, num canil de Cardiff. Depois do incidente, o cão foi abatido.
Resumindo e concluindo, a criança não é sueca (mas galesa), o incidente não é recente (ocorreu há cerca de 12 anos), não há um qualquer “imigrante muçulmano” envolvido na história, o ataque foi perpetrado por um cão e os olhos azuis da criança não terão tido influência ou motivado esse mesmo ataque.
A suposta “notícia” em língua inglesa da página “Daily Political News” chega ao ponto de descrever alguns detalhes do ataque de um “imigrante muçulmano” a uma “criança sueca”, nomeadamente uma parte de diálogo entre os dois intervenientes. É tudo falso.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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