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  • O que estão compartilhando: post atribui à imprensa argentina a notícia de que o país vizinho busca um empréstimo de US$ 7 bilhões junto ao Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês) – instituição de crédito dos Brics. A postagem acrescenta que o Brasil seria o avalista dessa operação. O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. Em maio, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que tentaria ajudar os argentinos após reunião com o presidente Alberto Fernández. Na ocasião, Lula apresentou duas ideias. A primeira seria costurar um acordo entre os dois países para que empresas brasileiras exportem serviços para a Argentina e sejam pagas pelo governo do Brasil. Os valores seriam, posteriormente, ressarcidos pelo governo argentino, mas para isso Lula queria que o NDB garantisse a operação. A outra proposta seria negociar empréstimos diretos do banco. Mas então não foi citada a cifra de US$ 7 bilhões de dólares. No mesmo mês, o Estadão noticiou que o estatuto do NDB não permite qualquer uma das duas operações e que Lula não conseguiu convencer os demais membros do Brics a alterarem as regras de empréstimo. Essas informações também foram publicadas pelos maiores veículos de imprensa argentinos. Ao Verifica, o Ministério da Fazenda informou que o NDB desconhece negociação para empréstimo de US$ 7 bilhões à Argentina e que o Brasil não pode conceder garantias externas sem aprovação do Senado. Saiba Mais: Três dias antes da postagem aqui verificada ser publicada no Instagram, o Estadão noticiou que Lula admitiu que o NDB não concederia linha de crédito para a Argentina. Conforme o colunista José Fucs, para que a negociação ocorresse, seria necessário modificar o estatuto do banco, mas não houve apoio dos demais membros do Brics (Rússia, Índia, China e África do Sul). Da mesma forma, não foi acatada a proposta de concessão de garantias pelo banco para financiar exportações brasileiras para o país vizinho. No início de maio, quando Fernández esteve no Brasil, Lula se comprometeu a buscar uma solução, mas já na ocasião havia sido informado por Dilma que o estatuto impede aportes dessa natureza. Em uma busca pelas notícias recentes citando o Brics na imprensa argentina, a reportagem localizou informações relativas à possibilidade de o país ingressar no bloco, mas nada sobre o suposto empréstimo de US$ 7 bilhões com garantia do Brasil. Um dos maiores jornais do país, o Diario Clarín, noticiou recentemente que ainda durante viagem de Lula à China, em abril, o brasileiro já teria citado a impossibilidade de garantir empréstimo via NDB para a Argentina, informando que a operação financeira e diplomática é barrada pelo estatuto. Na ocasião, segundo o periódico, Lula teria dito ao ministro da Economia argentino, Sergio Massa, que “há dificuldade em mudar o artigo”. No mesmo jornal, o colunista Jorge Lanata afirmou que uma das urgências de Fernández durante visita recente ao Brasil, onde participou da cúpula da Unasul, era pedir a Lula que intercedesse junto aos Brics solicitando financiamentos para a Argentina, mas o assunto sequer foi abordado. Leia mais: Ainda em maio, outro grande jornal argentino, o La Nación, noticiou as discussões entre os dois governos envolvendo os Brics. Porém, agora em junho o veículo informou que Lula não conseguiu garantir financiamento algum. O jornal acrescenta que Dilma comunicou ter recebido autorização dos Brics para discutir a incorporação da Argentina como sócia do NDB, mas que para isso ocorresse o país teria que fazer um aporte de capital de US$ 250 milhões. Além disso, essa opção indicaria que os argentinos não teriam apoio financeiro imediato do banco. O jornal Página 12 repercutiu a mesma notícia. Ao realizar uma busca por “Argentina” no site do NDB a reportagem não localizou notícias ou documentos que comprovem negociação para empréstimo ao país, que sequer é citado em publicações de 2023. A informação mais no site do banco recente que cita os argentinos é sobre a aprovação, em março de 2022, de empréstimo de US$ 50 milhões ao Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Rio da Prata, organização formada por Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai. Os recursos seriam repassados a municípios e estados brasileiros para financiar projetos e infraestrutura no Brasil. O Verifica procurou o NDB, o Ministério de Relações Exteriores argentino e o autor da postagem, mas não teve retorno. Peças semelhantes foram verificadas por Uol Confere, Aos Fatos e Boatos.Org
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