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| - “Dr. Malone: As vacinas mRNA estão a ser injetadas nos nossos alimentos”, lê-se numa manchete de um site denominado “ThruthPress.com”. O “post” que partilha esta notícia foi sinalizado pelo Facebook numa tentativa de combater notícias falsas e desinformação no feed de notícias.
“Este pode ser um dos avisos mais alarmantes do Dr. Malone. Ele escreveu um ensaio sobre como as vacinas mRNA estão a ser injetadas em animais de gado e animais de companhia. Significa isto que, se consumirmos o animal vacinado, a vacina de mRNA entra no nosso corpo”, lê-se no site. Porém, o “ensaio” mencionado não passa de um post divulgado num blog que pertence ao virologista, a 11 de janeiro.
Melissa Brown, professora de imunologia da Northwestern University; John Moore, professor de microbiologia e imunologia da Universidade de Cornell; e o professor da Universidade de Tulane, Robert Garry, cujas especialidades de pesquisa incluem virologia, confirmaram ao “Politifact” que não há uma injeção generalizada de vacinas mRNA em animais de gado.
Os especialistas acrescentaram ainda que, mesmo quando os animais de gado recebem as vacinas, estes não podem transmiti-las às pessoas que se alimentam deles. Devido à maneira como as vacinas mRNA se quebram depois da injeção, “não há qualquer hipótese de que uma vacina mRNA produza qualquer proteína numa pessoa que consome a carne de um animal vacinado”, disse Garry ao “Politifact”.
O que são as vacinas mRNA?
Como já foi verificado pelo Polígrafo, as vacinas de mRNA atuam de forma a preparar o organismo para se defender da Covid-19. A molécula mRNA tem “instruções” para produzir a proteína spike, da qual o coronavírus necessita para entrar nas células do organismo. Quando a vacina é administrada a uma pessoa, algumas das suas células vão ler as “instruções” do mRNA e produzir temporariamente a proteína spike. O sistema imunitário da pessoa irá então reconhecê-la como estranha e produzir anticorpos. Vai ainda ativar as células T (glóbulos brancos) para atacá-la.
Se, mais tarde, a pessoa entrar em contato com o coronavírus SARS-CoV-2, o seu sistema imunitário irá reconhecê-lo e estará́ pronto para defender o organismo. O mRNA da vacina não permanece no organismo, sendo decomposto pouco tempo após a vacinação.
David Walt, coautor de um estudo sobre vacinas de Covid-19, disse à Reuters que a sua investigação revelou pequenas concentrações da proteína spike nos primeiros cinco dias após a vacinação, o que mostrou que o corpo estava a produzir a proteína como pretendido. Estas proteínas de spike diminuíram nas semanas seguintes, e nenhuma foi detetada após a segunda dose. Isto porque os indivíduos desenvolveram anticorpos para remover o antigénio da corrente sanguínea, criando uma resposta imunitária exatamente como a vacina foi concebida para fazer.
Além disso, os especialistas do Laboratório de Saúde Digital Meedan garantiram que “até agora, não há provas científicas disponíveis que sugiram que as proteínas spike criadas no nosso corpo a partir das vacinas Covid-19 são tóxicas ou danificam os nossos órgãos”.
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Avaliação do Polígrafo:
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