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| - “A Nestlé está a vender o Nestum, no meu caso com mel, praticamente ao mesmo preço de há dois ou três anos. No entanto, se repararmos bem, na embalagem o peso não é o mesmo, é só comparar uma embalagem antiga e a atual. Quem olha para a embalagem aparentemente não nota diferenças… Tem que se estar atento! O mesmo acontece com a Cerelac, a caixa e o preço permanece na mesma, no entanto a gramagem não! Eu só reparei nestes produtos porque os compro regularmente mas acredito que outros tenham sido também habilmente arranjados”, escreve um leitor do Polígrafo, solicitando uma verificação de factos.
Também há publicações nas redes sociais que apontam no mesmo sentido. “Será isto legal? Diminuir a quantidade do produto, Cerelac antes era de 1kg e Nestum de 700g”, questiona-se num post de 18 de março no Facebook, mostrando imagens das atuais embalagens de Nestum e Cerelac com 600g e 900g, respetivamente.
O Polígrafo contactou a Nestlé Portugal para obter esclarecimentos sobre esta alegada diminuição da gramagem do produto mantendo o mesmo preço. Em resposta, a empresa começa por assegurar que “o setor alimentar, a par de outros, enfrenta aumentos de custos significativos, seja de matérias-primas, de material de embalagem, de energia ou de transportes. Através da constante procura por eficiências operacionais, a Nestlé tem conseguido absorver alguns desses aumentos, por forma a minimizar o impacto na cadeia”.
Contudo, a Nestlé Portugal acaba por confirmar a existência de “alterações” nos referidos produtos.
“As alterações que introduzimos no mercado são o resultado do nosso melhor esforço em procurar continuar a oferecer aos consumidores os produtos Nestlé em que tanto confiam a um preço acessível e num formato conveniente“, indica.
Nesse âmbito, a Nestlé Portugal garante que “as alterações de formatos que cita foram feitas de forma totalmente transparente para o consumidor e os mesmos estão comunicados na própria embalagem, sempre em total cumprimento com a legislação em vigor e indicando também o número de porções de consumo em cada embalagem”.
“Estes ajustes têm como principal objetivo manter estes produtos essenciais acessíveis ao consumidor, ajustados à frequência de consumo atual”, sublinha.
“Por outro lado, em resultado dos compromissos de sustentabilidade da Nestlé, os nossos materiais de embalagens têm vindo a ser reformulados para ir ao encontro do objetivo de os tornar 100% prontos a reciclar. Essa reformulação passa também por uma redução na utilização de uma menor quantidade de material de embalagem”, conclui a empresa.
A Deco Proteste já alertou para esta prática – denominada como “reduflação” -, informando que esta “não é ilegal desde que a informação no rótulo esteja correta“. No entanto, “muitas vezes o consumidor sente-se enganado com estas subidas de preço que acha serem disfarçadas“.
Confirma-se assim a veracidade das denúncias, mas ressalve-se que não é uma prática ilegal, pois a informação sobre a gramagem dos produtos está indicada nas respetivas embalagens.
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Nota Editorial: Este artigo foi atualizado às 18h12 do dia 21 de março para acrescentar a gramagem dos dois produtos indicada pela Nestlé. A embalagem de Cerelac passou de um quilo para 900 gramas e a de Nestum de 700 gramas para 600 gramas.
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Avaliação do Polígrafo:
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