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| - O Governo chegou a acordo com os acionistas privados da TAP, passando a deter 72,5% do capital da companhia aérea. Na altura em que o negócio foi anunciado, o ministro das Finanças, João Leão, explicou que a decisão foi tomada com a finalidade de “evitar o colapso da empresa“. O ministro que substituiu Mário Centeno encontrava-se acompanhado por Pedro Nuno Santos, que tutela Ministério das Infraestruturas e da Habitação e que tem provocado polémica pelas declarações que fez sobre o plano de reestruturação da empresa e a possibilidade de existirem despedimentos.
As suas declarações não escaparam à crítica nas redes sociais. No Twitter, houve quem apontasse o dedo ao governante:“O ‘método dialético’ de Fichte e de Hegel em ação. Vamos ter de esperar por Agosto para conhecer a conclusão”, escreveu um utilizador, que anexou duas notícias: uma da TVI24 e outra do Dinheiro Vivo, com declarações aparentemente contraditórias do ministro sobre os postos de trabalho na companhia aérea portuguesa.
Mas será que aquele que tem sido apontado como um dos mais sérios candidatos à sucessão de António Costa na liderança do PS entrou mesmo em contradição?
A resposta é positiva. No dia 16 de junho, na sequência da reestruturação da companhia aérea portuguesa, Pedro Nuno Santos garantiu que “os despedimentos não têm de ser inevitáveis.”
“Há várias formas de fazermos uma reestruturação da empresa. O que ela tem é de ser feita com os sindicatos e há várias formas de fazermos isso. Os sindicatos têm várias sugestões e propostas. É um trabalho que vamos fazer”, afirmou então.
“Inevitabilidades não as assumo. Não faz sentido estar a assumir cenários que decorrerão de um plano de reestruturação”, assegurou o ministro, questionado sobre a possibilidade de a reestruturação da empresa implicar uma redução do número de trabalhadores.
No dia 3 de julho, o mesmo ministro recusou novamente assumir um cenário de despedimentos na TAP, no âmbito do processo de reestruturação.
“Inevitabilidades não as assumo. Não faz sentido estar a assumir cenários que decorrerão de um plano de reestruturação”, assegurou o ministro, questionado sobre a possibilidade de a reestruturação da empresa implicar uma redução do número de trabalhadores.
“Podemos garantir postos de trabalho a todos os trabalhadores da TAP? Não. Estaríamos a mentir a todos nós e a enganar-nos a todos nós”, sublinhou Pedro Nuno Santos na RTP.
Contudo, no dia 8 de julho, no programa “Grande Entrevista”, transmitido na RTP3, o governante admitiu ser impossível garantir postos de trabalho a todos os funcionários da TAP.
“Podemos garantir postos de trabalho a todos os trabalhadores da TAP? Não. Estaríamos a mentir a todos nós e a enganar-nos a todos nós. Não temos operação, nem se perspetiva que [a empresa] venha a ter nos próximos anos uma operação que justifique a dimensão que a TAP tem. Nós temos de fazer este trabalho com cuidado e respeito pelos trabalhadores”, explicou.
Em conclusão, é verdade que Pedro Nuno Santos disse, num curto espaço de tempo, uma coisa e o seu contrário sobre a questão dos despedimentos na TAP.
Avaliação do Polígrafo:
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