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| - Luís Montenegro foi cofundador, detentor de quota (com participação de 50 por cento) e advogado da Sousa Pinheiro & Montenegro (SP&M), sociedade de advogados sediada no Porto, da qual entretanto saiu.
Enquanto o atual líder do PSD foi profissional e um dos donos da SP&M, esta firma de advogados viu celebrados 10 contratos por ajuste direto com as câmaras municipais de Espinho e Vagos. Com efeito, o portal Base tem registados, entre fevereiro de 2014 e janeiro de 2018, 10 contratos por ajuste direto com as câmaras municipais de Espinho (seis) e Vagos (quatro), perfazendo um valor total de 400 mil euros.
À época eram presidentes destas autarquias Joaquim Pinto Moreira (Espinho) e Silvério Regalado (Vagos).
O que aconteceu, internamente, a estes dois militantes do PSD com a chegada de Luís Montenegro à liderança do partido?
Luís Montenegro foi formalmente investido nas suas funções como líder do PSD a 3 de julho de 2022. Então, Joaquim Pinto Moreira já não era presidente da Câmara de Espinho (não se recandidatou em 2021 por atingir o limite de mandatos), sendo deputado nacional (ainda escolhido para as listas no consulado de Rui Rio) desde a posse da XV legislatura (29 de março de 2022). Já Silvério Regalado mantinha-se (e mantém-se) como presidente da Câmara de Vagos.
Na véspera do congresso do PSD que consagraria Luís Montenegro, o então presidente da bancada parlamentar do PSD anunciou que não continuava no lugar e que convocaria eleições para escolher a nova direção da bancada, cuja composição deveria ser feita em articulação com a nova liderança do partido.
E assim foi. A 13 de julho foi eleita a nova direção (cujo primeiro nome é Joaquim Morais Sarmento), que viu imediatamente alargado o seu número de 8 para 11 elementos (1 presidente e 10 vices) e seguidamente, após alteração estatutária, para 13. Um dos novos nomes foi justamente o de Joaquim Pinto Moreira, amigo e conterrâneo de Luís Montenegro, que no seu ano de estreia na Assembleia da República assumia já as funções de vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD.
Quanto a Silvério Regalado, com a chegada de Luís Montenegro à presidência do PSD, passou a fazer parte da direção nacional do partido, já que integrou a equipa (como vogal) da Comissão Política Nacional que foi eleita no XL congresso. Este “órgão de direção política do partido e de apoio ao seu Presidente” é composto por 21 pessoas (algumas por inerência).
Assim, o ainda edil de Vagos é o primeiro cidadão daquele município do distrito de Aveiro a integrar a direção do PSD, conforme assinalou a Vagos FM, rádio do concelho.
Assim, é verdadeiro que Luís Montenegro promoveu no partido presidentes de câmara que fizeram contratos com o escritório de advogados de que foi sócio.
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Avaliação do Polígrafo:
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