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| - “Os prédios que caem pertencem ao Ministério da Defesa da Ucrânia, os russos avisaram com antecedência que seriam atacados com a nova arma e a imprensa foi convidada”. Esta frase, seguida por uma longa citação que não é sequer atribuída, foi divulgada num tweet de 27 de março e acompanha o vídeo que mostra o colapso de um edifício após um ataque aéreo, supostamente na Ucrânia. Também saltou entretanto para o Facebook.
No registo partilhado, denunciado como falso ou enganador por vários leitores, aparece um nome de utilizador que sugere que o conteúdo pertence àquele conta: @omaralsersawi. Ora, tal como a AFP Checamos já confirmou, uma pesquisa por este nome no Google remete-nos para o Instagram, naquela que foi uma partilha feita a 12 de maio de 2021 e que contém o vídeo original.
[instagram url=”https://www.instagram.com/p/COx-AckgAV6/”/]
Mais tarde partilhado em canais de YouTube e em órgãos de comunicação social, a CGTN, emissora em inglês da rede de canais da Televisão Central da China, divulgou um segmento de apenas 35 segundos deste vídeo no seu canal de YouTube, a 14 de maio de 2021, e o título não poderia ser mais esclarecedor: “Ataque israelita destrói edifício em Gaza.”
“Este vídeo de @omaralsersawi no Instagram capturou o momento em que a torre Al-Sharouk, na faixa de Gaza, foi bombardeada por caças israelitas na quarta-feira”, lê-se na descrição do excerto.
[videoplaylist sapo=”https://www.youtube.com/watch?v=-6-xdS7OMa0&ab_channel=CGTNAmerica” /]
Confronto entre Israel e o Hamas, em maio de 2021, durou 11 dias e resultou na morte de 256 palestinianos (66 dos quais crianças) e de 13 do lado israelita (entre elas duas crianças). No dia 12 de maio, a agência France-Presse noticiou o bombardeamento da torre Al-Shorouk, onde estariam instalados os gabinetes da cadeia televisiva palestiniana Al-Aqsa. Este foi o terceiro edifício em altura da cidade de Gaza destruído desde o início do ataque israelita, que chegou a um cessar-fogo mediado pelo Egito a 21 de maio.
Quanto ao vídeo original, divulgado no Instagram, a descrição que o acompanha foi alterada pelo utilizador, na sequência das notícias falsas envolvendo o registo, e passou a contar com a seguinte frase: “Este é o efeito de um ataque israelita na cidade de Gaza, não na Ucrânia.”
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