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| - “Ao contrário do que acontecia nos anos anteriores, Portugal cresceu mais do que a média da União Europeia em 2016, 2017, 2018 e 2019. Neste período tivemos um crescimento do PIB de 11,5%, alicerçado no investimento (+28%) e nas exportações (+23%)”, lê-se na publicação de 14 de janeiro na página oficial do PS no Facebook, em que se exibe um gráfico com a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) nesses anos da primeira legislatura de António Costa no cargo de primeiro-ministro.
“Já neste ano, retomaremos esta trajetória de crescimento interrompida pela pandemia, sendo que no 3.º trimestre de 2021 Portugal foi já o terceiro país que mais cresceu em toda a União Europeia. Temos de continuar a avançar”, conclui-se.
No que respeita à taxa de crescimento real do PIB, de facto, o período entre 2016 e 2019 (formando o quadriénio do primeiro Governo do PS baseado na geringonça que tomou posse no final de 2015) destaca-se com as variações mais positivas desde 2002, quando Portugal aderiu à moeda única europeia.
A saber: +2,02% em 2016, +3,51% em 2017, +2,85% em 2018 e +2,68% em 2019.
Entre 2002 e 2015, além de variações negativas da taxa de crescimento real do PIB em cinco anos, o maior aumento registou-se em 2017 com +2,51%. Foi a única vez, ao longo de todos esses anos, em que se superou a fasquia de +2%. No quadriénio 2016-2019, a taxa de crescimento foi sempre superior a +2% e atingiu mesmo o ponto máximo de +3,51% em 2017, um nível que já não era atingido desde o ano de 2000 (no final da década de 1990 chegou a superar a fasquia de +4%).
Quanto à comparação relativa com o conjunto dos Estados-membros da União Europeia, consultando os dados do Eurostat verificamos que, no período entre 2016 e 2019, o PIB de Portugal cresceu sempre acima da média da União Europeia. Em 2016, porém, a diferença foi ínfima.
Esta série do Eurostat inicia-se em 2010 e, desde então, os únicos anos em que o PIB de Portugal cresceu acima da média da União Europeia foram os correspondentes ao quadriénio 2016-2019.
Por fim, a alegação de que “no 3.º trimestre de 2021 Portugal foi já o terceiro país que mais cresceu em toda a União Europeia”, tal como o Polígrafo já verificou em artigo recente, ao passo que o PIB da União Europeia cresceu 3,9% em relação ao terceiro trimestre de 2020, o PIB de Portugal alcançou um crescimento de 4,2%, perfazendo um total de 3 pontos percentuais acima da média da União Europeia.
Nesta comparação em termos homólogos, e olhando para os 21 países (os outros 10 não têm dados referentes ao terceiro trimestre de 2021) com dados reunidos no relatório do Eurostat (inclusive os EUA), Portugal ocupa a 13.ª posição, com os já referidos 4,2%. O maior aumento foi registado pela Roménia, com 8%, seguindo-se a Hungria (6,1%), Lituânia (6%), Dinamarca (5,4%), Polónia (5,3%), Chipre (5,3%), Países Baixos (5%), EUA (4,9%), Áustria (4,8%), Bélgica (4,7%), Letónia (4,7%) e Suécia (4,5%).
Portugal destacou-se também entre os países que registaram maiores aumentos em relação ao trimestre anterior, como são exemplo a Áustria (+3,3%), a França (+3,0%) e, na terceira posição da tabela, Portugal (+2,9%). O mais baixo crescimento foi registado pela Letónia e Roménia (+0,3%). Na última posição quedou-se a Lituânia (0,0%), onde o PIB se manteve inalterado.
Apesar deste crescimento do PIB de Portugal, importa referir que, segundo o Instituto Nacional de Estatística e o Banco de Portugal, em 2020 Portugal registou a maior queda do PIB desde 1954, um total de -8,4%, provocada essencialmente pela pandemia de Covid-19. Assim, nesse mesmo ano, o PIB encolheu para 200,1 mil milhões de euros, explicado pela quebra das exportações e do consumo privado.
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Avaliação do Polígrafo:
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