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  • “A imprensa brasileira teme mais a candidatura de um militar do que a de um condenado por corrupção. Isso soa-me muito suspeito”, diz a frase atribuída a Donald Trump numa publicação do Facebook, publicada originalmente em 2018, mas cuja republicação, a 19 de setembro, voltou a ser largamente partilhada. Segundo o referido post, o Presidente dos Estados Unidos terá feito tal afirmação por altura das últimas presidenciais do Brasil, nas quais Jair Bolsonaro, militar de carreira reformado — com o posto de capitão — foi eleito chefe de Estado brasileiro a 28 de outubro de 2018, na segunda volta das eleições. Bolsonaro obteve mais votos do que Fernando Haddad, candidato do PT que substituiu Lula da Silva, condenado por corrupção no âmbito da Operação Lava Jato e que foi impedido de se apresentar às urnas. Ora, não existe qualquer registo de que Donald Trump tenha alguma vez proferido a afirmação que lhe é atribuída na publicação do Facebook em questão. Não se encontra na conta oficial de Twitter de Donald Trump, o meio preferido pelo Presidente norte-americano para lançar as suas frases mais provocatórias e polémicas, nem sequer uma publicação de conteúdo semelhante. A única referência ao Brasil por parte de Trump no seu Twitter oficial em 2018 data de 29 de outubro, um dia depois da vitória eleitoral de Bolsonaro, em que o líder dos Estados Unidos escreve: “Concordamos que Brasil e Estados Unidos trabalharão em conjunto nas áreas comercial, militar e tudo o mais!” Ao mesmo tempo, não existe qualquer registo na comunicação social, quer do Brasil quer dos Estados Unidos, da referida frase de Trump a criticar a imprensa brasileira. Aliás, a declaração falsamente atribuída ao Presidente norte-americano aparece listada como uma das peças de desinformação identificadas no grupo “Apoiadores de Jair de Bolsonaro”, durante as eleições de 2018 num estudo do Curso de Comunicação Social, da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Conclusão: Falso. Não existe qualquer registo ou referência de que Donald Trump tenha alguma vez proferido tal afirmação, nem na sua conta oficial de Twitter nem na comunicação social brasileira ou norte-americana. A frase é, aliás, referida como falsa num estudo feito por uma universidade brasileira. Segundo a classificação do Observador, este conteúdo é: No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é: FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos. Nota: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
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