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| - As 51 carruagens que a CP – Comboios de Portugal comprou à operadora espanhola Renfe em 2020, por 1,65 milhões de euros, motivaram sucessivas polémicas ou atribulações. Desde logo o descarrilamento que sofreram a caminho de Portugal, onde foram entretanto remodeladas nas oficinas de Guifões, em Matosinhos. Posteriormente revelou-se que tinham sido “retiradas de serviço” pela Renfe “devido ao amianto“.
Sobre o amianto, o Polígrafo questionou a CP em setembro de 2020 e obteve o seguinte esclarecimento: “Desde a compra deste material à Renfe, a existência de amianto em algumas das carruagens foi assumida pela CP, como poderá ver pelas notícias publicadas no inicio de julho. De facto, 36 das carruagens compradas tinham amianto e estava desde logo previsto no plano de recuperação a sua descontaminação. Neste momento já estão 12 sem amianto e com certificado, duas em fase de descontaminação e as 36 ficarão limpas até à primeira semana de dezembro.”
Apesar da controvérsia, o facto é que as carruagens foram remodelas e já estão a circular na Linha do Minho. E agora até motivam elogios por disponibilizarem espaço para arrumação de bicicletas.
Em publicação de 15 de novembro no Facebook destaca-se que “nas carruagens Arco da CP” disponibiliza-se “espaço para as bicicletas”, como é visível na fotografia captada no interior de uma das composições.
De acordo com informação divulgada na página da CP, é verdade que existem suportes específicos para o transporte de bicicletas nos comboios Interegionais, mas também nos Intercidades e Urbanos.
Nestes comboios existem espaços específicos destinados ao transporte de passageiros com bicicletas. Já nos Alfapendulares, por exemplo, as bicicletas têm de estar desmontadas e “devidamente acondicionadas como bagagem que não exceda, nos porta volumes ou por baixo dos bancos, o espaço correspondente aos lugares a que tenham direito, num máximo de um volume por passageiro”.
Nos comboios que fazem circulação internacional, “o transporte de bicicletas/trotinetas é gratuito e pode ser efetuado, desde que desmontadas e embaladas, de modo a que possam ser transportadas como volume de mão”.
Sem estarem desmontadas e embaladas, só pode ser transportada uma por cada passageiro e no máximo duas por comboio. “O transporte está condicionado à reserva prévia do espaço para bicicletas, no ato da aquisição do bilhete do passageiro”, adverte-se.
Também na página da CP anuncia-se a entrada em circulação das carruagens Arco na Linha do Minho, com referência para a disponibilização de espaço para bicicletas: “As modernas carruagens Arco dispõem de informação visual e sonora e ar condicionado, bem como, de espaço dedicado para clientes de mobilidade reduzida, que utilizam cadeira de rodas, e de espaços para o transporte de bicicletas, os quais estão devidamente assinalados no exterior da respetiva carruagem.
Em resposta ao Polígrafo, o gabinete de comunicação da CP confirma a veracidade do post em causa, sublinhando que a empresa “tem tido uma grande evolução” neste sentido e tem recebido “muitos pedidos” para facilitar o transporte deste tipo de veículos.
“Sempre que fazemos intervenções profundas [nos comboios] tentamos incluir espaços para bicicletas“, assegura.
A CP realça ainda que já tem estas carruagens com espaços de transporte de bicicletas desde “há muito tempo” e garante que continuará a aumentar essa oferta.
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Avaliação do Polígrafo:
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