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  • “A indústria das touradas está a gastar 200 mil euros de fundos públicos para a classificação das touradas como Património Cultural Imaterial de Portugal”, destaca-se numa publicação de ontem, dia 4 de agosto, na página da “Plataforma Basta de Touradas” na rede social Facebook. “Sabia disto? O projeto para a classificação das touradas como ‘Património Cultural Imaterial’ foi um dos vencedores do Orçamento Participativo, por isso é tão importante que cada pessoa que discorda desta classificação, assine esta petição“, acrescenta-se na mesma publicação. “Em 24 horas conseguimos mais de 4.000 assinaturas, mas precisamos de muitas mais. Obrigado!” É mesmo verdade que estão a ser gastos 200 mil euros de fundos públicos para a classificação das touradas como Património Cultural Imaterial de Portugal? Verificação de factos, solicitada por vários leitores do Polígrafo. De facto, no dia 14 de setembro de 2017, o Governo anunciou os 38 projetos vencedores do primeiro Orçamento Participativo do país, 36 regionais e dois nacionais, um deles para inserir a cultura tauromáquica na lista de Património Cultural Imaterial de Portugal, ao abrigo da Convenção da UNESCO para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial. O projeto “Tauromaquia, Património Cultural de Portugal” foi um dos mais votados no Orçamento Participativo de Portugal e recebeu assim 200 mil euros para promover a cultura tauromáquica. Foi proposto pela Associação Nacional de Tertúlias Tauromáquicas e teve o apoio da Prótoiro – Federação Nacional de Tauromaquia. Consiste em dar início a um processo de inventariação e classificação dos “elementos relevantes que caracterizam a cultura tauromáquica“, efetuado por especialistas: dois antropólogos, um sociólogo e um economista. Hélder Milheiro, da Prótoiro, disse na altura à Agência Lusa que não seria possível inventariar toda a cultura tauromáquica e que o trabalho teria que ser adaptado ao orçamento disponível, mas afirmou estar satisfeito pela vitória da proposta de execução da inventariação dessa cultura tauromáquica que seria depois apresentada à Direção-Geral do Património. Uma “vitória” que “é um exemplo do envolvimento cívico e democrático dos portugueses que disseram de forma clara que querem a valorização e salvaguarda do nosso património cultural e que querem a Tauromaquia declarada como património cultural imaterial de Portugal”, nas palavras de Hélder Milheiro, que acrescentou: “Foi o cidadão aficionado que se movimentou, foi a voz da cidadania e da defesa do património“. Entretanto, no Orçamento Participativo de 2018, destacou-se mais um projeto relacionado com a promoção da tauromaquia e a candidatura à classificação da UNESCO como vencedor, tendo recebido 50 mil euros de fundos públicos. “Uma sociedade informada e conhecedora da sua cultura e valores é uma sociedade mais tolerante, diversa e evoluída. Como afirma a Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural (UNESCO 2002), ‘a diversidade cultural é, para o género humano, tão necessária como a diversidade biológica para a natureza'”, lê-se na descrição do projeto “Tauromaquia para Todos“. “Assim, esta proposta tem como objectivo a criação de um programa de difusão de informação e conhecimento sobre a cultura tauromáquica de Portugal, na sua diversidade territorial e multiplicidade temática, na sua componente material e na sua componente imaterial, aos cidadãos”, acrescenta-se no mesmo texto. “Este programa estaria baseado em pelo menos dois pilares fundamentais: 1- Criação de conteúdos e materiais informativos e pedagógicos sobre a cultura tauromáquica que permitam o seu conhecimento e a sua compreensão junto de crianças e adultos; 2 – Criação de ações e campanhas de informação e interação com os cidadãos, acercando-os a esta cultura, não esquecendo o contexto escolar“. Avaliação do Polígrafo:
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