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| - “Museu da ‘Arte’ na França, exposição aberta a crianças do ensino primário… A imagem retrata um pai com genitália feminina e uma mãe com genitália masculina. A imposição de género esquerdista, da decadente sociedade francesa”, lê-se na descrição da controversa imagem que está a ser partilhada viralmente nas redes sociais.
Na imagem parece ser visível uma criança junto à escultura, na qual estão representadas duas pessoas transexuais, nuas, com os corpos tingidos de dourado.
Mas será que a descrição que está a ser difundida nas redes sociais corresponde à realidade?
De facto, a escultura que surge na imagem é da autoria de Marc Quinn, um artista contemporâneo britânico. De acordo com a informação disponível na respetiva página oficial, “faz arte sobre o que é ser uma pessoa a viver no mundo – quer se trate da relação do homem com a natureza e como isso é mediado pelo desejo humano“.
A escultura em causa foi criada em 2009 e denomina-se como “Buck & Allanah“. Na descrição indica-se que “retrata os transexuais Buck Angel e Allanah Starr de mãos dadas, caminhando para seu futuro como seres radicalmente alterados“.
O retrato “explora como, utilizando a medicina e tecnologias modernas, as pessoas modificaram os seus corpos externos para refletir a identidade que desejam projetar – trazendo o interior para fora“. O artista realça também que a escultura “providencia um comentário sobre a possibilidade de transformação, sobre como as pessoas podem fazer os seus próprios mundos”, além de mostrar que “cultura e identidade têm o potencial de triunfar sobre a biologia“.
A peça já foi exibida em vários museus de diferentes países, desde Allborg (Dinamarca) até Istambul (Turquia), passando por Londres (Reino Unido) e Veneza (Itália), entre outros exemplos. Não encontramos, porém, qualquer registo de que a escultura tenha estado exposta em Paris, ou em qualquer outra cidade de França.
Além disso, é claro na descrição da escultura (pelo próprio criador, Marc Quinn) que não são representados uma “mãe” e um “pai”, ao contrário do que está a ser difundido nas redes sociais.
De resto, esta imagem circula desde há largos anos nas redes sociais, de forma descontextualizada e associada a mensagens transfóbicas.
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Avaliação do Polígrafo:
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