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  • Já lá vai quase um mês desde a passagem do ciclone Idai por Moçambique, mas os retratos da devastação causada por um dos maiores desastres climáticos registados no hemisfério sul continuam a chegar, todos os dias, seja através da televisão, da imprensa ou das redes sociais. As histórias comoventes de sobrevivência são muitas, porém os relatos trágicos são muitos mais. Nos últimos dias, um deles tem tomado proporções especialmente impactantes, pelo facto de transmitir violência extrema: um vídeo, publicado em vários canais de YouTube, que mostra corpos a boiar junto à água, numa praia da cidade da Beira, em Moçambique. As imagens apresentam mais de uma dezena de cadáveres, a maior parte deles de bruços, à espera que homens, de máscara e uniforme cor de laranja, os vão recolher. Tendo em conta a dimensão da tragédia que afetou Moçambique, o Zimbabué e o Malawi, que já causou mais de 900 mortos, não é difícil acreditar na fiabilidade do vídeo. No entanto, pelo choque que gera, talvez não seja raro que surja a seguinte questão, entre quem tem visto as imagens, também no Facebook: “Será que é mesmo verdade?”. Mesmo assim, não é possível afirmar que as imagens são falsas, mas por pouco tempo. É que uma pesquisa no Google por “corpos praia Beira Moçambique” não apresenta qualquer resultado no separador de notícias que possa confirmar o conteúdo carregado no YouTube. É fácil crer que o vídeo não mente. Ainda assim, há algumas questões que abrem o baú das dúvidas. Em primeiro lugar, o clipe de imagens foi partilhado não por um órgão de comunicação social, mas por um utilizador particular do YouTube; em segundo lugar, tanto o título como a descrição são vagos e não apresentam nem detalhes sobre o que se vê, nem qualquer fonte para aquela informação: “Moçambique pede socorro, os corpos boiando na praia da África depois do ciclone. (…) vamos ajudar povo de Deus”. Mesmo assim, não é possível afirmar que as imagens são falsas, mas por pouco tempo. É que uma pesquisa no Google por “corpos praia Beira Moçambique” não apresenta qualquer resultado no separador de notícias que possa confirmar o conteúdo carregado no YouTube. Aliás, um dos links reencaminha para um site de verificação de notícias, o “boatos.org“, que acaba, mesmo, por desmentir aquilo que mostra a plataforma da Google. Segundo o “boatos.org“, as imagens são reais, mas já foram gravadas no ano de 2014, na cidade de Tripoli, na Líbia, país do Norte de África que faz fronteira com o mar Mediterrâneo. Ora, associar Líbia ao ano de 2014 sugere outra crise, também humanitária, mas que não resultou de uma catástrofe natural, a crise de refugiados. É isso mesmo, os cadáveres que surgem no vídeo pertencem a migrantes africanos que tentavam fugir dos seus países de origem em direção à Europa. O barco em que seguiam naufragou, a menos de 2 km da costa. A bordo, estavam cerca de 200 pessoas, pelos menos 15 morreram, precisamente as que aparecem nas imagens e que foram resgatadas a cerca de 48 km a este da cidade de Tripoli. O ciclone Idai devastou parte da costa do sudeste africano nos dias 14 e 15 de março. Os ventos que rondaram os 170 km/h destruíram praticamente 90% dos edifícios e infraestruturas da cidade da Beira, a segunda maior de Moçambique. Posto isto, não adianta partilhar o vídeo que circula nas redes sociais, pois só vai contribuir para aumentar a desinformação acerca da tragédia em Moçambique e para desviar as atenções daquilo que o país realmente precisa neste momento: ajuda humanitária. O ciclone Idai devastou parte da costa do sudeste africano nos dias 14 e 15 de março. Os ventos que rondaram os 170 km/h destruíram praticamente 90% dos edifícios e infraestruturas da cidade da Beira, a segunda maior de Moçambique. Neste momento, a cólera e a malária são os grandes desafios que enfrentam as população afetadas, resultado das fracas condições sanitárias. Avaliação do Polígrafo:
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