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| - O vice-almirante Gouveia e Melo tem sido das figuras que mais têm surgido na comunicação social e nas redes sociais nos últimos tempos. Ainda recentemente surgiu uma publicação de Facebook, do passado dia 22 de agosto, onde surgia uma citação supostamente dita por Gouveia e Melo. “Como militar aprendi o que é a fome, o que é o frio e a dor. Que um banho quente é um luxo. Descobri o quanto valem 5 minutos de sono e que para dormir não é preciso um teto nem um travesseiro…”. A frase ainda é longa mas não passa de uma publicação falsamente atribuída ao vice-almirante.
Ao fazer uma pesquisa na internet por estas palavras e o nome de Gouveia e Melo associado não é possível encontrar qualquer resultado que comprove a veracidade da publicação original. Nem mesmo em entrevistas que tenha dado à comunicação social portuguesa. Depois o Observador confirmou junto da equipa de Gouveia e Melo que, de facto, se trata de uma citação falsamente atribuída ao vice-almirante.
Por outro lado, se colocarmos só o texto em questão num qualquer motor de busca como o Google, encontramos outras publicações semelhantes. Por exemplo, a 8 de fevereiro de 2018, um discurso exatamente igual pode ser encontrado na página “Força Tática”, que surge associada à polícia militar do estado de São Paulo no Brasil – ainda que não tenha nenhum vínculo oficial com aquela força policial. Aqui não há qualquer referência ao vice-almirante português que está a liderar o processo de vacinação contra a Covid-19 em Portugal.
Nessa mesma pesquisa, também é possível encontrar referências a este texto mas alegadamente tido por um “jovem aspirante a oficial” da Academia Militar das Agulhas Negras, que se situa na cidade fluminense de Resende em 2016. Mais uma vez não há qualquer referência a Gouveia e Melo: nem no texto, nem no site nem nas imagens que lá constam.
Conclusão
Não é verdade que o vice-almirante Gouveia e Melo tenha falado da sua carreira militar e de como aprendeu o que é “o frio, a fome e a dor” durante essa altura. A equipa de Gouveia e Melo desmentiu esta publicação ao Observador. Por outro lado, não há registo de que alguma vez tenha falado nesses termos na comunicação social. Depois, esse texto pode ser encontrado em mais do que uma versão, geralmente ligado ao Brasil e, em particular, ao exército brasileiro. Aí, não há qualquer referência ao responsável pela task-force de vacinação contra a Covid-19 em Portugal.
Segundo a classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:
FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
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