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  • As medidas de distanciamento físico ou social “são claramente inaplicáveis e causariam uma ansiedade particularmente prejudicial ao desenvolvimento das crianças e [seriam] geradoras de distúrbios comportamentais potencialmente graves”, lê-se no texto da publicação em causa, partilhada por centenas de pessoas e denunciada como sendo falsa ou enganadora. “O uso de máscaras em creches, jardins de infância e 1º/2º ciclos por crianças sem patologia grave subjacente, não é nem necessário, nem apropriado, nem razoável”, destaca-se no mesmo texto, em citação atribuída à Sociedade Francesa de Pediatria. Na publicação enumeram-se também alguns países europeus onde as regras inerentes à pandemia de Covid-19 são alegadamente pouco restritivas para as crianças, nomeadamente: “A França e a Bélgica só indicaram máscaras após os 13 anos, a Suíça só após os 16 anos, a Holanda sem máscaras nas escolas e na Áustria também passou a não haver máscaras para as crianças na escola”. Confirma-se que o uso de máscaras e o distanciamento social podem prejudicar o desenvolvimento das crianças? Questionada pelo Polígrafo, Ana Matos, psicóloga infantil, sublinha que o distanciamento entre as crianças “não causa danos, mas é a forma como é promovido que os pode causar”. Por exemplo, se a mensagem que o adulto passa “é muito ansiosa, vai provocar medo”. A especialista explica também que as crianças até aos dois anos de idade são as que “podem sofrer mais”, porque “a forma de comunicarem é tocando, mexendo e até mordendo”. Muitas crianças, realça, “não saíram de casa durante dois meses” e “quando regressaram à escola tinham menos hábitos de regras de socialização, como pedir desculpa ou esperar pela vez”. Na sua perspetiva, o importante passa por “serem os adultos a redobrar os cuidados de higiene”, porque “o distanciamento é impraticável”. A partir dos seis anos de idade, considera Ana Matos, “é mais fácil sensibilizar” as crianças, apesar das diferentes vulnerabilidades que podem ter. “Por exemplo, uma criança tímida terá mais dificuldades e menos oportunidades para desenvolver o seu lado comunicativo. Isso aumenta a sua vulnerabilidade”, explica, admitindo que possa vir a gerar efeitos negativos no futuro. “Podemos ter uma fatura a pagar na saúde mental”, alerta. Quanto às máscaras, a psicóloga infantil, que também dirige uma creche, assume que as crianças “não estranharam” porque as viram “como um acessório, como uns óculos”. Esta questão da utilização de máscaras por crianças já tinha sido abordada pelo Polígrafo num artigo publicado em fevereiro de 2020. Teresa Bandeira, pediatra especialista na área de pneumologia, defendeu na altura que “as crianças devem ser treinadas para a utilização da máscara, mas não devem ser obrigadas a usá-la”. A utilização de máscaras em crianças entre os três e os 10 anos pode ser aplicada, mesmo sem ser obrigatória. No entanto, é necessário que haja uma educação por parte dos pais para que as crianças aprendam a seguir as recomendações de uso destes elementos de proteção – nomeadamente não mexerem na máscara com as mãos sujas. Por outro lado, a utilização de máscaras por crianças mais novas pode ser perigosa. “É recomendado que as crianças com menos de dois anos de idade não usem nenhum tipo de máscaras uma vez que, tendo pequenas vias respiratórias, poderão ter dificuldade a respirar”, concluiu um estudo sobre a utilização de máscaras em crianças para ultrapassar a Covid-19, publicado no European Journal of Pediatrics. Teresa Bandeira salientou que, em crianças com idade inferior a três anos, “colocar máscaras pode causar dificuldade em respirar e pode eventualmente criar risco de sufocação”. “Não está aconselhado o uso de máscara em crianças com idades inferiores a três anos e não deve ser obrigatória nas crianças em idade pré-escolar e escolar”, afirmou Teresa Bandeira, deixando um aviso: “A utilização correta é fundamental, caso contrário pode tornar-se num dispositivo que cria uma falsa segurança e aumenta o risco de contágio”. Ou seja, mesmo não sendo obrigatório o uso de máscaras em crianças com menos de 10 anos, estes instrumentos de proteção podem ser usados em segurança entre os três e os 10 anos, desde que num tamanho adequado à criança e seguindo as recomendações de utilização de máscaras da Direção-Geral da Saúde. De resto, os dados apresentados na publicação relativamente a diferentes países, no geral, estão corretos. Em França, as regras definidas pelo Governo estabelecem o distanciamento entre alunos de turmas diferentes, lavagem frequente das mãos e ventilação dos espaços. Na Bélgica, as regras também passam pela lavagem regular das mãos e por evitar apertos de mão e troca de objetos. Na Suíça é aconselhada a lavagem das mãos, a ventilação dos espaços e o ensino gradual das regras de distanciamento social às crianças, apesar de nem o distanciamento, nem o uso de máscara e luvas serem necessários. O Governo holandês apenas decretou que as escolas devem garantir que os alunos lavam as mãos regularmente. Por fim, as regras na Áustria, tal como nos outros países, passam pela lavagem das mãos, ventilação e desinfeção dos espaços. Em suma, confirma-se que o distanciamento social poderá ser prejudicial ao desenvolvimento das crianças, mas nem todas as crianças serão afetadas ou atingidas da mesma maneira. Depende da idade e do perfil de cada criança, além da forma como o distanciamento é estabelecido pelos adultos. Relativamente à utilização de máscaras, a publicação aponta para os “1º/2º ciclos” de escolaridade, ou seja, crianças com idades entre os seis e os 12 anos que os especialistas questionados pelo Polígrafo consideram que podem utilizar máscaras em segurança, não correndo riscos significativos. No entanto, essa alegação baseia-se numa citação a partir de um comunicado da Sociedade Francesa de Pediatria (pode consultar aqui) defendendo que as máscaras em crianças até aos 12 anos são desnecessárias e desapropriadas. _______________________________ Nota editorial 1: este artigo foi atualizado no dia 16 de julho, acrescentando-se a informação de que a alegação sobre as máscaras consiste numa citação a partir de um comunicado da Sociedade Francesa de Pediatria, pelo que alterámos a classificação final para “Verdadeiro, Mas”. Nota editorial 2: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social. Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é: Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos. Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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