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| - “Em tempo que queremos de paz incutimos as armas aos mais novos”; “Eu, nem armas de brincar!”; “Como é possível, estou indignado com estas imagens. Crianças?”. Estes foram os comentários indignados que nove fotografias de crianças a brincarem com material de guerra suscitaram a quem entendeu deixar uma mensagem na conta de Facebook da Câmara Municipal de Borba.
Nessa conta – intitulada Município de Borba -, no dia 13 de junho, e com a chancela do departamento de “Desporto, Educação e Juventude” foi publicado o seguinte texto a acompanhar as imagens: “No âmbito das atividades do mês do Desporto e da Juventude decorreu no passado sábado, dia 11 de junho uma exposição de material militar dinamizada pelo Regimento de Cavalaria 3 de Estremoz. Esta exposição fez as delícias de miúdos e graúdos, mas foram as crianças as mais entusiastas com o material militar.”
As imagens de crianças em veículos blindados e a segurar em metralhadoras gerou polémica e contestação nas redes sociais. O Polígrafo contactou a autarquia alentejana – gerida pelo Movimento Unidos por Borba – que, começou por confirmar a existência da atividade “Treino Militar e Atividades Radicais (RC3)” e a veracidade das fotografias com crianças a “interagirem com militares e meios terrestres” e no “manuseamento de armas”.
Na nota enviada ao Polígrafo, a vereadora do Desporto, Educação e Juventude, Sofia Dias, refere que esta iniciativa “teve como fim único e exclusivo a demonstração real em contexto não violento de alguns meios que o Exército Português dispõe”.
A vereadora indicou ainda que a atividade teve “como principal objetivo destacar a importância da estreita colaboração entre as entidades, nomeadamente entre as forças armadas e a autarquia, demonstrando de forma clara à população que as forças policiais e os militares que a integram têm e dispõem de meios terrestres dotados de robustez suficiente para a defesa primordial das populações”.
Na nota enviada ao Polígrafo, a vereadora do Desporto, Educação e Juventude, Sofia Dias, refere que esta iniciativa “teve como fim único e exclusivo a demonstração real em contexto não violento de alguns meios que o Exército Português dispõe”.
Sofia Dias defendeu que estas “demonstrações têm uma especial importância, até porque permitem esclarecer os jovens e crianças de qual a especial necessidade dos militares na proteção e defesa da população em situações de perigo eminente ou somente perigo existente”. A autarca daquele município do distrito de Évora asseverou que esta “sensibilização” se reveste ainda de “uma maior importância” no momento em que “existe uma confusão na camada populacional mais jovem do que é uma força militar vulgarmente designada por ‘boa’ e a que é uma força militar ‘má’, pois, a informação difundida pelos meios de comunicação social não permite aos jovens uma filtragem e perceção real do que atualmente visualizam”.
São assim verdadeiras as imagens de crianças a brincar com material bélico, naquela que foi uma iniciativa da Câmara Municipal de Borba no passado mês de junho.
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