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| - “Revoltado. O português sem dúvida não entende. Vou mostrar algo normal gasto por qualquer pessoa todos os meses…um produto simples”, lê-se num post de 11 de setembro no Facebook. Na publicação são apresentadas duas imagens de prateleiras de supermercado com desodorizantes da mesma marca.
Alega-se que a fotografia da esquerda foi captada no Pingo Doce de Santa Maria da Feira, onde o produto está à venda a 4,29 euros. A imagem da direita mostra, supostamente, o mesmo produto à venda em Espanha, no supermercado Mercadona, a 1,45 euros. “O absurdo da disparidade de preço…não é 50% a mais, chega mesmo a ser 300% superior o preço em Portugal”, destaca-se ainda na legenda da publicação.
Fonte oficial da cadeia de supermercados portuguesa Pingo Doce confirma que pratica o preço sem promoção de 4,29 euros na venda deste produto. E acrescenta que o valor “está em linha com o preço praticado no mercado português”.
Além disso, considera que a “comparação de preços de produtos presentes em dois mercados distintos não deve ser feita”, já que “as dinâmicas dos dois mercados são diferentes, situação que se pode refletir no preço final praticado em loja”. Por exemplo, “o IVA que incide sobre este tipo de produtos é superior em Portugal, quando comparado com Espanha”.
Ora, em Portugal este produto de higiene é taxado a 23%, ou seja, à taxa de IVA normal. Em Espanha, é aplicado o IVA regular de 21%.
Já a Mercadona, cadeia de supermercados espanhola, garante ao Polígrafo que a imagem da direita não foi tirada a um produto à venda numa das suas lojas, “nem em Espanha, nem em Portugal”. “Todas as nossas etiquetas de preço são laranjas, quer em Espanha, quer em Portugal”, garante a mesma fonte, que disponibilizou imagens das mesmas.
Ao Polígrafo, fonte oficial da “Deco Proteste” afirma que, com base nos elementos apresentados, “não é possível confirmar de forma exata a veracidade dos factos”.
A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor assinala ainda que este tipo de produtos “é frequentemente objeto de práticas promocionais, muitas vezes na ordem dos 50%, o que reduziria a diferença [de preço]”. Mas ressalva que, no caso concreto, “nem sequer está disponível a informação de se há promoção na foto da direita, ou até mesmo se é erro de afixação do preço”.
Assim, garante que a “única forma de comprovar esta diferença de preços do mesmo produto, com esta ordem de grandeza tão grande, seria através da sua compra”.
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Avaliação do Polígrafo:
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