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  • “Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo… Isto é carência.” É assim que começa “Solidão”, um poema que, nas redes sociais, é atribuído a Chico Buarque. Composto por sete estrofes curtas, o texto procura definir, por meio de várias comparações, o que é a solidão. “Não é o vazio de gente ao nosso lado”, diz um verso; “é muito mais que isto”, diz outro. “Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos”, conclui o poema que, pelo menos desde 2006 (data da referência mais antiga que nos foi possível encontrar), tem sido partilhado em blogues como tendo sido escrito pelo Prémio Camões. Mas a verdade é que Buarque nunca escreveu estes versos — foi o próprio que o confirmou, numa resposta que chegou ao Observador por via da sua editora em Portugal, a Companhia das Letras. “Confirma-se: não é dele”, garantiu a editora ao Observador. Ao que tudo indica, o poema será da autoria de uma desconhecida autora brasileira, Fátima Irene Pinto, que tem quatro livros de poesia publicados. É isso que atesta o seu antigo site e vários blogues brasileiros, como o “Dr. Zen”, que diz ter falado com a própria autora, que terá dito: “O poema (ou reflexão) ‘Solidão’ é página de um dos livros meus, a saber: Ecos da Alma”, uma antologia publicada em setembro de 2005. Antes disso, os versos terão também sido incluídos em Palavras para Entorpecer o Coração, o segundo livro de Fátima Irene, de abril de 2004. O Observador conseguiu chegar à fala com Fátima Irene Pinto. Em resposta a um email, a autora disse ter sido ela quem escreveu “Solidão” e que teve de “sair em defesa deste poema e de outros de minha autoria”. “Cá no Brasil eles têm o (mau) hábito de adulterar as autorias ou mesmo subtraí-las por completo, o que torna a vida do escritor(a) bastante árduo, já que o exemplo vem de cima”, lamentou. “Aqui, pessoas influentes do meio televisivo, leem lindos poemas sem dar a mínima para a autoria, ou quando não, como recebem errado, citam a autoria errada… E daí é como recolher pedacinhos de papel soprados de uma torre.” Fátima Irene Pinto disse que a situação levou “vários amigos” a “desistirem do ofício”. Terá sido o caso de “Silvana Duboc, autora de o Trem da Vida, um texto belíssimo que circula muito na rede, mas do qual subtrairam a autoria. Tempos cibernéticos, cheio de ciladas, enfim”. E quem é Fátima Irene Pinto? Não existe muita informação online, mas o seu site, desativado pelo menos desde 2010 mas ainda disponível no Internet Archives (uma biblioteca digital que guarda informações relativas a sites, música e vídeos) fornece algumas pistas. Segundo a página, a autora nasceu no estado de São Paulo a 17 de agosto de 1953, manifestando desde cedo “facilidade para escrever poemas e contos” que “eram muito apreciados pelos seus professores e afixados no mural das escolas que frequentou”. Com uma licenciatura na área das Letras, terá trabalhado sobretudo no ramo bancário, embora tenha exercito muitas outras profissões e atividades, como a de jornalista e a de professora. Em 1999, quando comprou o seu primeiro computador, começou a editar os seus textos em prosa e em verso e a publicá-los online. O seu primeiro livro apareceu em 2001, por intermédio do sobrinho, “grande incentivador de seu trabalho literário”. Os restantes surgiram no âmbito de um contrato firmado com a Soler Editora. Segundo o site de Fátima Irene Pinto, este vigorava até 2010, data em que a página foi desativada e a própria autora parece ter desaparecido da internet. O Observador contactou a Soler Editora, mas não obteve resposta até à publicação deste fact check. O último livro de Fátima Irene Pinto, O Gol Nosso de Cada Dia, foi lançado em 2009, pela All Print, uma editora que trabalha com escritores independentes. Fact check atualizado com as declarações de Fátima Irene Pinto ao Observador. Conclusão Chico Buarque não escreveu o poema “Solidão”. Foi o próprio que o confirmou, numa resposta que chegou ao Observador por via da sua editora em Portugal, a Companhia das Letras. Os versos será da autoria de Fátima Irene Pinto, uma desconhecida autora brasileira que tem quatro livros publicados, o último deles em 2009. Assim, de acordo com a classificação do Observador, este conteúdo é: ERRADO FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos. Nota: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook.
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