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| - Já foram várias as declarações e tomadas de posição vanguardistas proferidas pelo Papa Francisco que deixaram a comunidade católica chocada, mas foram também muitas as vezes em que o Sumo Pontífice foi protagonista involuntário de notícias falsas. Neste caso, a publicação é simultaneamente chocante e falsa. Segundo um texto que se tornou viral nas redes sociais, o Papa Francisco decidiu abolir a Bíblia. Motivo: esta continha ensinamentos desatualizados.
A história tem como base um artigo publicado no “There Is News”, um site conhecido por produzir textos de carácter satírico, a 2 de abril de 2018. Na narrativa, o Papa Francisco terá considerado que é preciso um novo livro sagrado, com ensinamentos mais recentes, para evitar que a religião católica perca fiéis. “Não podemos continuar a tentar falar ao nosso público num mundo totalmente novo com um livro que tem milhares de anos. Estamos a perder seguidores e temos de dar um passo em frente na busca pela modernização da igreja, para reescrever a palavra de Deus, mesmo que seja apenas o Velho Testamento, em que existem certas passagens que é melhor não repetir”, escrevem os autores em forma de declaração do Sumo Pontífice. No final do texto surge o aviso de que “o conteúdo do ‘There Is News’ é fictício”.
A publicação que está a correr as redes sociais contém precisamente a mesma história, com “apenas” duas diferenças: está traduzida para português e não tem qualquer referência ao facto de se tratar de um conteúdo fictício. A informação ganhou uma amplitude detal forma grande que tem vindo a ser analisada por diferentes plataformas de fact-checking, como o “Snopes”, o “Politifact”, o “Aos Factos” ou a “Agência Lupa”, tendo sido sempre considerada falsa. À Agência Lupa, fonte oficial do Vaticano garantiu que se trata de “um boato reciclado e importado dos Estados Unidos”.
Este rumor surgiu durante as celebrações da Páscoa, um dos principais momentos religiosos entre a comunidade católica, e na mesma altura em que a Conferência Episcopal Portuguesa publicou a nova tradução dos textos sagrados. Uma das principais novidades nesta versão das traduções é que Deus deixa de ser tratado por “vós” e passa a ser tratado por “tu”, o que criou alguma polémica entre os mais conservadores.
A alteração inclui também a principal oração da Igreja, o Pai Nosso, e pode vir a ter implicações nas celebrações das missas e nos sacramentos. Ao jornal Público, D. Anacleto Oliveira, presidente da comissão coordenadora do projeto, disse que as alterações são “uma questão ainda por resolver”, admitindo ser “provável” que no momento em que a nova tradução da Bíblia seja considerada oficial “se adote o mesmo tratamento” nas outras orações.
Avaliação do Polígrafo:
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