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| - Tudo vai depender do tempo e da intensidade da erupção, segundo David Suárez, delegado territorial da Agência Estatal de Meteorologia (AEMET), como é apontado pela plataforma de fact checking Maldita.es.
A erupção, acompanhada de vários sismos, teve início no domingo e, 48 horas depois do primeiro sinal de atividade vulcânica, os níveis de dióxido de enxofre expelidos para a atmosfera atingiam níveis entre os 7.997 e as 10.665 toneladas – resultados expectáveis para a dimensão da erupção que somava mais um ponto de emissão de material magmático em Tacande. Entretanto, vários outros pontos de emissão estão ativos.
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De acordo com um artigo publicado na “Nature Communications”, esta grandeza de emissões vulcânicas expelidas para a atmosfera é particular às “erupções de grande magnitude“, com um índice de explosividade vulcânica superior a cinco e, sublinhe-se, “eventos raros, com uma frequência de retorno na ordem das décadas” – a última erupção aconteceu em 1971.
A erupção, acompanhada de vários sismos, teve início no domingo e, 48 horas depois do primeiro sinal de atividade vulcânica, os níveis de dióxido de enxofre expelidos para a atmosfera atingiam níveis entre os 7.997 e as 10.665 toneladas.
Os aerossóis de sulfato, produzidos pela injeção de dióxido de enxofre na atmosfera, dispersam a luz solar precocemente, evitando a sua absorção pelo planeta. Numa situação semelhante à erupção do Monte Tambora, em 1815, a dispersão destas partículas pela atmosfera pode resultar no arrefecimento do local em volta da erupção e áreas envolventes.
Se, como indicou Súarez, “a erupção não for muito prolongada no tempo, nem a quantidade de emissões tão elevada, não terá efeitos prolongados [no clima]”, dispersando mesmo a possibilidade de chuvas ácidas porque, como o mesmo explica ao El País, “a nuvem de enxofre do vulcão injeta-se na atmosfera a uma altura de 3.000 metros. Nas ilhas, a precipitação para estes últimos dias, e a que esperamos nas próximas 48 horas, são de nuvens baixas, pelo que é muito pouco provável, até descartável, que o dióxido de enxofre entre em contacto com elas e produza chuva ácida” remata.
Desta forma, as hipóteses desta nuvem de enxofre afetar significativamente outros locais são ínfimas – já no dia 19, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) afastou qualquer inquietação desta nuvem afetar o arquipélago da Madeira, o território português mais próximo do local de erupção. Também o vulcanólogo José Pacheco, em entrevista ao “Público”, afirmou que a poluição chegará à Madeira “bastante diluída e por agentes que dizem respeito às cinzas”, na eventualidade de lá chegar alguma coisa.
Nos dias seguintes, as previsões do programa europeu Copernicus também afastaram qualquer consequência mais grave para o clima e a qualidade do ar na Península Ibérica ou o resto da Europa.
Assim, é impossível precisar se esta erupção afetará o clima em La Palma, a longo prazo, uma vez que tudo dependerá da evolução da atividade vulcânica.
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Avaliação do Polígrafo:
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