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| - “Acorda povo. Prejuízos da TAP atingem 493 milhões de euros no primeiro semestre. Portugueses, eu vou arruinar-vos custe o que custar”, lê-se no post de 29 de agosto, denunciado no Facebook como sendo falso ou enganador. A última frase é apresentada em forma de citação atribuída a Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas e da Habitação.
De facto, no dia 27 de agosto, a TAP Air Portugal enviou um Comunicado de Resultados do 2º Trimestre e 1º Semestre de 2021 à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), contendo demonstrações financeiras consolidadas não auditadas (e por isso sujeitas a ajustamentos) da TAP, preparadas em conformidade com as Normas Internacionais de Relato Financeiro adotadas pela União Europeia (IFRS).
Relativamente às contas do primeiro semestre, a companhia área portuguesa informa que “numa perspetiva global, a atividade no primeiro semestre de 2021 manteve-se bastante afetada pelos efeitos da pandemia e consequentes restrições à mobilidade. Receita total de 383,1 milhões de euros muito afetada pelas restrições do primeiro trimestre de 2021, com um decréscimo de 40,7% quando comparada com o mesmo período de 2020 e 73,6% abaixo do primeiro semestre de 2019. A segmentação desta rubrica apresenta uma queda nas receitas de passageiros de 305,2 milhões de euros (-55,9%), conduzindo o valor do primeiro semestre de 2021 para 240,3 milhões de euros, parcialmente compensado pela melhor performance do segmento de carga e correio, que cresceu 51,3 milhões de euros (+96,3%)”.
No mesmo documento sublinha-se que “o resultado operacional (EBIT) foi de -377,4 milhões de euros, registando um aumento de 50,2 milhões de euros. Quando ajustado de itens não recorrentes e de custos de reestruturação, o EBIT recorrente é de -401,2 milhões de euros e o EBITDA recorrente é de -164,7 milhões de euros“.
Em suma, “o resultado líquido do primeiro semestre de 2021 foi negativo em 493,1 milhões de euros, o que representa um aumento de 88,8 milhões de euros quando comparado com o período homólogo. As rubricas mais relevantes foram os juros (-149,2 milhões de euros) e as diferenças de câmbio (-62,8 milhões de euros), que estão na sua maior parte relacionadas com a depreciação do euro face ao dólar norte-americano, no entanto sem um impacto imediato em caixa dado que respeita a rendas futuras.
Pelo que concluímos que a publicação em causa difunde informação verdadeira quanto aos prejuízos da TAP no primeiro semestre deste ano, apontando para o resultado líquido negativo de 493,1 milhões de euros.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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