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  • Um vídeo que mostra um sistema militar disparando mísseis durante a noite não registra um ataque recente do grupo extremista palestino Hamas contra Israel, como afirmam publicações nas redes. A filmagem, na realidade, foi feita na Síria, em fevereiro de 2020, durante um bombardeio feito pela Turquia. Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam 5.000 compartilhamentos no X (ex-Twitter) e 2.500 curtidas no Instagram até a tarde desta quarta-feira (11). Sistema de lançamento múltiplo de mísseis do Hamas contra Israel. Uma cena noturna que mostra um equipamento militar disparando mísseis voltou a circular nas redes acompanhada de uma legenda enganosa, que alega que se trata de uma filmagem feita recentemente em Israel. Por meio de busca reversa, Aos Fatos identificou que o registro original foi publicado pela agência de notícias turca IHA em 3 de fevereiro de 2020 e retrata, na verdade, um ataque comandado pela Turquia contra a Síria. O bombardeio foi uma resposta à morte de quatro soldados turcos em um conflito na região síria de Idlib. Na época, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos afirmou que ao menos 13 soldados sírios morreram e 20 ficaram feridos. Já de acordo com o presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, morreram 35 militares sírios. A retaliação turca ocorreu no contexto de uma guerra civil iniciada na Síria após uma série de protestos realizados em 2011 contra o regime do ditador Bashar al-Assad. A violência contra os manifestantes foi motivo de críticas da comunidade internacional, que se reuniu para pedir pela renúncia de Assad. A Turquia, que apoiava os opositores de Assad desde 2011, foi ampliando sua participação militar ao longo do conflito. As tensões cresceram principalmente com a Rússia, que apoiava o regime sírio. Em 2020, após quase dez anos de guerra, o noroeste da Síria se tornou o último reduto dos grupos armados de oposição ao regime de Assad e cenário de uma ofensiva do governo sírio para retomar a região. A escalada dos conflitos na região provocou o deslocamento de 300 mil civis em dezembro de 2019, de acordo com a ONU. Desde o início da semana, Aos Fatos tem checado diversas publicações enganosas sobre o conflito entre Israel e o Hamas, que já causou a morte de ao menos 2.300 pessoas. Nas redes brasileiras, destacam-se peças de desinformação que buscam associar o governo Lula (PT) ao grupo extremista e vídeos descontextualizados que circulam como se mostrassem cenas reais da guerra.
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