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  • “No início do surto, em dezembro, que viria a explodir em janeiro, Ai Fen foi proibida pelos seus superiores de falar sobre o que se estava a passar. Agora está desaparecida. O berço da pandemia do século situa-se num território de regime totalitário e as primeiras quatro semanas do surto – as cruciais para conter ou não a epidemia – foram passadas a tentar esconder a situação nos hospitais daquela província”, pode ler-se no artigo. “Segundo a investigação levada a cabo pelo programa 60 Minutes, da CNN Austrália, há duas semanas, Ai Fen, diretora de emergência do hospital Wuhan Central, tornou a situação pública na revista chinesa Renwu (…) O presidente da República Popular da China, Xi Jinping, ordenou que a entrevista fosse apagada da Internet e agora o paradeiro de Ai é ‘desconhecido'”, conclui-se na publicação, denunciada por utilizadores do Facebook como sendo fake news. Verdade ou falsidade? A publicação em causa baseia-se num artigo do jornal “Expresso”, de 30 de março. De facto, em dezembro de 2019, Ai Fen divulgou no WeChat (a rede social mais popular na China) uma fotografia de um relatório médico de um doente infetado com o novo coronavírus. Na mensagem, a médica chinesa explicava a ligação dos sintomas verificados à SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave). Visto que os pacientes não estavam a responder aos tratamentos normais, resolveu falar com os seus superiores, que lhe deram ordens para não espalhar a notícia. [widget-facebook-video url=”https://twitter.com/60Mins/status/1244211674439016449″ /] A denúncia foi feita no programa da CBS “60 Minutos”. A médica acabou por dar uma entrevista à revista chinesa “Renwu“, na qual denunciou o silêncio que lhe tinha sido imposto pelas autoridades de saúde locais. “Se eu tivesse tido noção do que aí vinha, não tinha ligado nenhuma à reprimenda e tinha falado com ainda mais gente”, afirmou. Entretanto terá desaparecido. O programa “60 Minutos” reportou recentemente alguns casos de whistleblowers relativos ao novo coronavírus na China. Segundo a investigação, os primeiros casos expostos pela médica remontam ao dia 16 de dezembro de 2019. *** Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social. Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é: Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos. Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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