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  • Os factos aconteceram na tarde de 19 de janeiro deste ano e, poucas horas depois, havia vídeos publicados em todas as redes sociais, com as publicações originais a alcançarem mais de 650 mil visualizações e a serem replicadas milhares de vezes: uma manifestação anti-vacinas Covid, no Museu de História Natural, em Nova Iorque, tinha acabado com múltiplas detenções, entre elas uma criança e a sua mãe, pode ler-se num tweet publicado nessa mesma noite, acompanhado de um vídeo captado por um dos inúmeros manifestantes que aguardavam o grupo, à porta do museu. Detalhe: no dia seguinte, num comentário à sua própria publicação, o autor explicou que afinal a criança não tinha sido detida, tinha apenas ficado ao cuidado de agentes da polícia até a mãe ser libertada. Os milhares de posts feitos desde então, de que a publicação em análise é exemplo, fizeram por omitir a correção e têm propalado um facto falso: “Revoltante! Jayla, de 9 anos, presa por não apresentar o passaporte vacinal”. Multiple arrests made at an Anti-Mandate Vax Passpprt demonstration inside the Museum Of Natural History in New York City. Among the arrestees are a mother and child. pic.twitter.com/fCaN5hyP5F — LUKE2FREEDOM (@L2FTV) January 19, 2022 Na verdade, explicaram na altura representantes da Polícia de Nova Iorque à imprensa local, nem sequer os seis adultos detidos na zona de receção do Museu de História Natural naquele final de tarde foram presos por não terem apresentado o certificado de vacinação contra a Covid-19, cuja apresentação era e continua a ser obrigatória para aceder ao local a todos os maiores de 5 anos (isto apesar de muitos museus da cidade já terem começado a deixar cair a regra) — foram detidos, sim, por se terem recusado a abandonar o local depois da hora de encerramento. “Os nossos oficiais estavam muito calmos, foram claros e concisos dizendo que o edifício estava fechado e que estes indivíduos que se recusavam a sair tinham de sair”, explicou o tenente Conor McDonald do Departamento de Polícia de Nova Iorque ao USA Today. “Tiveram a oportunidade de partir e não a aproveitaram.” A manifestação, justamente num marco icónico da cidade de Nova Iorque onde, na altura, tinha sido instalado um centro de vacinação em massa (cujas portas encerraram no último dia de março), começou entre as 14h e as 15h desse dia. Como não tinham certificado para apresentar, os manifestantes anti-vacinação foram impedidos de entrar mas recusaram-se a abandonar o espaço. Entretanto, o tempo foi passando e a hora de fechar chegou sem que arredassem pé, e os funcionários do museu pediram a intervenção da polícia. Jayla, de 9 anos, estava com a mãe na manifestação mas foi imediatamente protegida pelas autoridades, garantiram fontes da polícia também à Associated Press: foi transportada sozinha num carro, na companhia de duas agentes que, quando chegaram à esquadra, lhe deram bolachas e um sumo e se mantiveram sempre com ela. “Qualquer sugestão de que a menina tenha sido detida ou de que foram tomadas medidas coercivas contra ela não podia estar mais longe da verdade. Os agentes tinham a obrigação de cuidar dela, e foi o que fizeram até a mãe ter recebido a sua intimação por invasão de propriedade”. Conclusão A menina não foi presa por não ter certificado de vacinação contra a Covid-19. Aliás, não foi presa sequer: foi transportada para a esquadra por duas agentes da polícia de Nova Iorque, que lhe fizeram companhia e a alimentaram durante as horas que a mãe, parte de um grupo anti-vacinas detido por se recusar a sair do Museu de História Natural, já depois da hora de encerramento, passou detida na esquadra. Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é: ERRADO No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é: FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos. NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de factchecking com o Facebook.
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