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| - “Se as legislativas fossem hoje: Chega com mais 4,82% e PS com mais 0,13% eram os únicos a subir nas intenções de voto. PSD cai 4,27%. Restantes partidos caem cerca de 1,5%”, lê-se num gráfico divulgado esta terça-feira, 5 de abril, no Facebook. O aspeto dúbio dos valores e do crescimento respetivo de cada partido levantou dúvidas nos leitores do Polígrafo, mas a verdade é que o “post” identifica duas fontes: O site “Politico Europe” e a Rádio Renascença.
O Polígrafo consultou o portal do “Politico” na Europa e confirmou que os últimos dados e sondagens relativos a Portugal remontam a 30 de janeiro de 2022, ou seja, ao dia das eleições legislativas. Naturalmente, os valores indicados são os resultados das eleições que deram a António Costa a maioria absoluta, o que significa que nenhuma sondagem foi realizada depois disso.
Ainda assim, no portal da Rádio Renascença as sondagens continuaram depois das eleições legislativas e a última, de 17 de fevereiro de 2022, tendo por base um estudo da Pitagórica, mostra exatamente o contrário daquilo que a publicação faz parecer. Desde logo, os 7,15% que o partido Chega reuniu em janeiro deste ano cairiam para os 5,95% se as eleições fossem hoje (ou à data da publicação, já que o valor se tem mantido por ausência de novos dados).
Quanto ao PS, este também cairia dos 41,68% em janeiro de 2022 para os 39,68% a partir de 17 de fevereiro. No que respeita a partidos que beneficiariam de umas eleições mais tardias, só mesmo o PSD, o IL e o Livre é que aumentaram as intenções de votos nesta última sondagem.
“Sempre que não houver uma nova sondagem, a estimativa mantém-se, mas o intervalo de confiança alargar-se-á, refletindo a incerteza inerente ao facto de os eleitores poderem ter mudado de opinião desde a sondagem anterior”, nota a Renascença no portal das sondagens mencionadas.
Em suma, a publicação em análise transmite, por um lado, informação inexistente (já que o portal “Politico” não é atualizado com novas sondagens desde 30 de janeiro de 2022) e, por outro, dados adulterados que fazem com que o Chega registe um crescimento quando, na realidade, o último estudo, da Pitagórica, lhe atribui uma queda.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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