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  • Num dos momentos de maior controvérsia do frente a frente, Marisa Matias enumerou os casos em que considera que o líder do Chega terá mentido aos portugueses. Um desses exemplos remete para o regime de exclusividade dos deputados. “Quando digo que André Ventura é vigarista é porque mentiu e continua a mentir aos portugueses e disse que iria lutar pela exclusividade dos deputados e acumulou três ordenados. Já era candidato à Presidência da República e ainda estava a trabalhar para o tal gabinete que ajuda empresas a fugir com os seus impostos para paraísos fiscais”, argumentou. André Ventura defendeu-se prontamente da acusação. “Desculpe, eu estou em exclusividade”, retorquiu o candidato presidencial e deputado único do Chega na Assembleia da República (AR). Afinal, André Ventura acumulou ou não três ordenados enquanto era deputado e defendia o regime de exclusividade? O Polígrafo já verificou anteriormente acusações semelhantes à de Marisa Matias (aqui, aqui e aqui). André Ventura, enquanto deputado único pelo Chega na AR, manteve as atividades de comentador no grupo de comunicação social Cofina e de consultor financeiro na empresa Finpartner. De acordo com o Registo de Interesses de André Ventura disponível no site do Parlamento, é possível constatar que o líder do Chega apenas deixou o cargo de consultor na Finpartner, S.A. a 31 de maio de 2020 e o de comentador na Cofina Media, S.A. a 30 de junho do ano passado. André Ventura foi eleito para a AR a 6 de outubro de 2019. De acordo com o Registo de Interesses de André Ventura disponível no site do Parlamento, é possível constatar que o líder do Chega apenas deixou o cargo de consultor na Finpartner, S.A. a 31 de maio de 2020 e o de comentador na Cofina Media, S.A. a 30 de junho do ano passado. André Ventura foi eleito para a AR a 6 de outubro de 2019. No programa político do Chega não se encontra nenhuma diretriz sobre a obrigatoriedade do regime de exclusividade dos deputados, mas no “Manifesto Político” defende-se a implementação da “obrigatoriedade da exclusividade no exercício do mandato de deputado”. Marisa Matias também tem razão quando afirma que André Ventura “já era candidato à Presidência da República e ainda estava a trabalhar para o tal gabinete”, pois o líder do Chega anunciou que era candidato a Belém em fevereiro de 2020, ou seja, três meses antes de deixar o cargo na Finpartner. Conclui-se que a acusação de Marisa Matias é verdadeira, visto que Ventura acumulou o cargo de deputado com os cargos na Cofina e na Finpartner, apesar de defender o regime de exclusividade. Ainda assim, Ventura já deixou esses cargos e atualmente está em exclusivo na Assembleia da República. Avaliação do Polígrafo:
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