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| - “Investigadores do Harvard’s Wyss Institute, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos [da América], desenvolveram e estão a testar uma vacina personalizada e revolucionária contra o cancro agressivo”, salienta-se no texto do artigo, denunciado como sendo fake news por utilizadores do Facebook.
“Chamada de vacina ‘implantável’, do tamanho de uma aspirina, é colocada perto do local do tumor e evita a quimioterapia no corpo todo. E uma vez aplicada, ela faz uma reprogramação do sistema imunológico para atacar as células cancerígenas, não só naquele local, mas no corpo inteiro. A nova vacina é baseada em biomaterial e combina quimioterapia e imunoterapia para tratar tumores resistentes”, descreve-se.
Será verdade?
Sim. De acordo com uma notícia publicada no site da Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas John A. Paulson da Universidade de Harvard [tradução livre], um grupo de investigadores do Wyss Institute of Biologically Inspired Engineering desenvolveu uma vacina baseada em biomaterial (substâncias criadas para interagir com sistemas biológicos, como as próteses) para um dos subtipos mais graves do cancro da mama: o cancro da mama triplo negativo.
A vacina foi testada em ratos de laboratório e, de acordo com os especialistas, a taxa de sucesso foi de 100%. Todos os animais sobreviveram a uma injeção subsequente de células cancerígenas sem qualquer recaída. O estudo foi publicado na revista científica “Nature”.
A vacina foi testada em ratos de laboratório e, de acordo com os especialistas, a taxa de sucesso foi de 100%. Todos os animais sobreviveram a uma injeção subsequente de células cancerígenas sem qualquer recaída. O estudo foi publicado na revista científica “Nature”.
O cancro da mama triplo negativo é um dos subtipos mais agressivos da doença. Epidemiologicamente, ocorre nos extremos etários: em doentes mais jovens e em doentes mais idosos, sendo as mulheres de ascendência africana as mais afetadas.
Questionado pelo Polígrafo, Luís Marques da Costa, diretor do Serviço de Oncologia Médica e do Departamento de Oncologia do Hospital de Santa Maria, admite que “é um resultado muito interessante” mas sublinha o facto de ser “pré-clínico” e testado “somente em animais“.
Por outro lado, o especialista destaca um medicamento recentemente aprovado para o cancro da mama triplo negativo, o Sacituzumab-Govitecan, um “anticorpo conjugado com quimioterapia” que obteve “resultados positivos no aumento da sobrevivência em doentes com cancros metastáticos”.
Em agosto, o “Jornal Médico” informou sobre um projeto de investigação do Instituto das Ciências da Vida e da Saúde (ICVS) da Escola de Medicina da Universidade do Minho que visa tratar o cancro da mama triplo negativo através de cromenos sintéticos.
A investigadora e especialista em Química Medicinal, Marta Costa, explicou ao jornal que este tratamento “é uma esperança“, tendo em conta que até à data “não existe uma terapêutica específica, nem eficaz” para o cancro da mama triplo negativo.
“A quimioterapia não tem bons resultados, porque, apesar de numa primeira fase poder ter alguns efeitos positivos, a taxa de reincidência do tumor é muito elevada e, muitas vezes, reaparece de uma forma mais severa, associada a uma alta taxa de mortalidade“, concluiu.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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