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  • Uma publicação no Facebook alega que Alvin Bragg, o procurador responsável pela investigação que levou à acusação de Donald Trump, foi preso em Manhattan, Nova Iorque, numa publicação que promete até mostrar as “sirenes” ligadas durante a detenção de Bragg. Só que isso não aconteceu — mesmo que Trump o deseje. Uma pesquisa por Bragg nas notícias mostra que não há qualquer registo de Bragg ter sido este mês, antes e depois desta publicação no Facebook, ou alguma vez na vida, preso. Ainda na passada quinta-feira, a meio da tarde, o New York Times publicava um perfil de Bragg sem qualquer referência do género. O procurador foi recentemente notícia, mas por ter feito a investigação que levou, isso sim, à detenção de Trump (uma passo que faz parte do processo de acusação formal, tendo o ex-Presidente dos Estados Unidos regressado imediatamente à sua propriedade em Mar-a-Lago, na Flórida). Quem pediu a detenção de Bragg foi o próprio Trump, assim como os seus apoiantes. Por Bragg ser democrata — ganhou a indicação do partido para procurador de Manhattan, em janeiro deste ano –, o ex-Presidente, acusado por ter alegadamente pagado pelo silêncio da ex-atriz pornográfica Stormy Daniels sobre um envolvimento pessoal que tiveram, tem acusado o procurador de ser parcial e de estar a persegui-lo politicamente. Trump acabou mesmo acusado no processo Stormy Daniels. 9 respostas sobre o “caso-zombie” que voltou para assombrar o ex-Presidente Na sua conta na rede social Truth Social, Trump já disse que é Bragg quem está a “violar a lei” por recorrer a “testemunhos falsos e totalmente desacreditados” para perseguir um antigo Presidente (e novamente candidato anunciado à nomeação republicana para as eleições de 2024). “Alvin Bragg devia ser responsabilizado pelo crime de interferir numa eleição presidencial”, concluiu Trump. “O criminoso é Bragg”, disse num discurso. Também a sua apoiante e republicana Marjorie Taylor Greene defendeu que Bragg deveria ser preso por “má conduta”, acusando-o de “esconder páginas de provas” que supostamente ilibariam Trump. Mas isto são, até ver, apenas desejos do lado republicano e dos apoiantes do antigo Presidente, que veem o caso contra Trump prosseguir na Justiça norte-americana. Um assessor de Bragg respondeu a estas acusações garantindo, cita a Reuters, que o procurador não se deixará “intimidar por tentativas de menorizar o processo judicial” nem por “acusações sem fundamento”. Esta semana, Bragg avançou mesmo com um processo contra o congressista republicano Jim Jordan, alegando que há uma “campanha transparente para intimidar e atacar” a procuradoria por causa do processo contra Donald Trump. Alvin Bragg tem 49 anos e é procurador-geral de Manhattan desde janeiro do ano passado. Cresceu no bairro nova iorquino de Harlem e decidiu estudar Direito depois de ter sido ameaçado com armas seis vezes, enquanto crescia. Depois, trabalhou no gabinete do procurador de Manhattan, onde, como conta a Reuters, lidou sobretudo com casos de fraude e lavagem de dinheiro. Já no gabinete do procurador-geral de Nova Iorque trabalhou no caso contra a Trump Organization, que acabou condenada a pagar uma multa de 1,6 milhões de dólares (1,5 milhões de euros) por fraude fiscal. Quando assumiu o cargo, Bragg não avançou imediatamente com a acusação contra Trump, o que levou à demissão de dois dos procuradores envolvidos no caso, na altura de âmbito mais alargado. Entretanto, recentrou-o na questão do pagamento a Stormy Daniels. Conclusão Não há qualquer indicação ou notícia que mencione uma detenção de Alvin Bragg. Quem pede que isso aconteça é Donald Trump — esse sim, acusado formalmente pela justiça — e os seus apoiantes. Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é: ERRADO No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é: FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos. NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
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