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  • O debate decorria entre Paulo Raimundo, do PCP, e Rui Rocha, da IL. O tema era o das privatizações, nacionalizações até se chegar ao dinheiro que o Estado meteu para ajudar os bancos em Portugal. Rui Rocha recordou os dados do Tribunal de Contas que, no parecer à Conta Geral do Estado de 2021, indicou que “de 2008 a 2021, as despesas [com apoios ao setor financeiro] atingiram 29.587 milhões de euros e as receitas 7.538 milhões, originando um saldo desfavorável para o Estado de 22.049 milhões”. O líder da IL recordou que deste valor estava dinheiro que foi para o BES/Novo banco, que o PCP queria nacionalizar, para o BPN nacionalizado, e para a CGD pública. A IL defende a privatização da CGD, mas argumentava, neste momento, que defendia lucros privados, prejuízos privados. Paulo Raimundo, dizendo que há setores que deviam estar na mão do Estado, respondeu: “Pusemos estes valores na banca privada, mais do que a bazuca. Todo o dinheiro que saiu foi mais que a bazuca, o que pusemos na banca e na banca privada”. De facto, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), conhecido como bazuca, Portugal vai ter direito a um total de 22.200 milhões, mais do que os 16.600 milhões inicialmente previstos. Ou seja, o mesmo que o saldo do apoio à banca registado até 2021 (em 2022, o saldo baixou para um prejuízo para o Estado de 21.883 milhões). Nisso Paulo Raimundo está certo. Só que o dinheiro dos apoios não foram todos para a banca privada. De acordo com o Tribunal de Contas, e já considerando os dados mais atualizados de 2022, dos 21,8 mil milhões de saldo negativo para o Estado, 5,4 mil milhões são por conta do banco público CGD e 6 mil milhões do BPN (cujos veículos com ativos do banco nacionalizado em 2008 estão na esfera pública). Já BES/Novo Banco registam um apoio público de 8.290 milhões. A Caixa já começou a pagar dividendos ao Estado e em 2023 até foram chorudos, com a entrega, também, do edifício-sede. Conclusão Ou seja, os apoios à banca pelo Estado são, conforme indicou Paulo Raimundo, da dimensão da bazuca. Só que não se destinaram todos à banca privada. Aliás, a Caixa e BPN absorveram mesmo uma fatia substancial. Assim, considerados que a frase de Paulo Raimundo está errada. Errado
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