schema:text
| - Tem sido uma das sensações do Twitter durante o dia de hoje: afinal, João Galamba, secretário de Estado da Energia, apagou ou não tweets do seu perfil pessoal naquela rede social desde que que assumiu funções governativas?
A discussão começou na caixa de comentários de “Tomahock”, nome de código de João Pina, um informático muito ativo naquela rede social e que recentemente se notabilizou por ter sido o criador da plataforma janaodaparaabastecer, onde eram atualizados em tempo real os postos que já não tinham combustível durante a recente greve dos motoristas de materiais perigosos. Em poucos dias, o site registou vários milhões de visitas.
Esta tarde, no âmbito de um diálogo em que se debatia a suposta má utilização, por parte dos governantes, das redes sociais, Tomahock escreveu:
[twitter url=”https://twitter.com/tomahock/status/1131538028151881728″/]
João Galamba respondeu pouco depois…
[twitter url=”https://twitter.com/Joaogalamba/status/1131561102809194498″/]
… e Tomahock sentenciou:
O site que Tomahock menciona é o Politwoops. Criado pela Open State Foundation, trata-se de uma plataforma cuja função é “eternizar”os tweets eliminados pelos políticos. Isto com um objetivo: reforçar a transparência de todos os que exercem cargos públicos. Além de tweets eliminados, o site regista também pormenores como o tempo entre a publicação de um tweet e a hora em que foi eliminado.
Se fizermos uma pesquisa pelo período em que Galamba entrou para o Governo – em Outubro de 2018 – é possível aceder a dezenas de tweets alegadamente apagados da conta do ex-deputado. Entre os textos dados como desaparecidos estão retweets, tweets próprios e respostas a tweets que Galamba publicava regularmente – entretanto, desde que assumiu funções como governante, o socialista diminuiu drasticamente a sua participação nas discussões ocorridas diariamente no Twitter.
Entre os textos dados como desaparecidos pela plataforma estão retweets, tweets próprios e respostas a tweets que Galamba publicava regularmente.
Uma das entradas apagadas versava sobre o Polígrafo SIC. Escrito no dia da estreia do programa, a 1 de Abril, esteve em linha apenas um minuto – o suficiente para ser detectado pelo Politwoops. Depois disso, Galamba alterou o texto inicial e republicou-o – no Twitter e no Facebook – mas o registo do “delete” do tweet manteve-se na plataforma, apesar de ter sido republicado – ou seja, o algoritmo é cego.
É, porém, importante referir que também segundo a plataforma em causa, João Galamba já tinha o hábito de apagar tweets antes de entrar no Governo: se recuarmos ainda mais na pesquisa, encontramos vários exemplos. Ou seja, não se pode concluir que só a partir do momento em que assumiu funções governativas é que Galamba começou a preocupar-se com a informação que consta do seu perfil.
O Polígrafo SIC fez um pedido de esclarecimento ao gabinete de João Galamba, mas até ao momento não recebeu qualquer resposta.
Nota: este artigo foi atualizado às 20h11 do dia 3 de Junho, com a inclusão de novas informações sobre o mecanismo de funcionamento da plataforma Politwoops. A avaliação final não sofreu alterações.
Avaliação do Polígrafo:
|