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| - O diretor da agência espacial russa e ex-vice-primeiro-ministro da Federação Russa, Dmitry Rogozin, partilhou um vídeo na sua conta oficial de Twitter, que mostra um homem, dentro de um comboio, com um comportamento bastante agressivo para com os restantes passageiros. A gravação capta mesmo o momento em que este homem agride não só um indivíduo que fica caído no chão, mas também outros ocupantes da composição, que são abalroados no meio da confusão.
“‘Refugiado’ da Ucrânia explica aos italianos quem é o chefe da casa. Os fascistas ucranianos provavelmente em breve proibirão os italianos na Itália de falarem italiano. Europa agora Ucrânia!”, destaca-se, em italiano, na legenda que Rogozin utilizou para descrever a ação que decorre no vídeo de dois minutos, partilhado no dia 16 de março de 2022.
A informação partilhada pelo atual diretor da agência espacial russa é completamente falsa. O vídeo é utilizado de forma descontextualizada, uma vez que não é atual, foi gravado em novembro de 2018.
Na verdade, tal como descobriu a plataforma de fact-checking italiana “Facta“, a gravação mostra uma tentativa de assalto, cometida por dois cidadãos ucranianos contra um homem de origem indiana, numa composição do metro Roma-Lido, em Itália. De acordo com o apurado pelo jornal italiano “Corriere della Sera”, os investigadores do caso concluíram que os dois agressores estavam bêbados e na luta, além de proferirem epítetos racistas contra a vítima, feriram uma mulher, também ela cidadã ucraniana.
Portanto, tal como conclui o “Facta”, é evidente que o vídeo não reporta o comportamento de um refugiado, uma vez que a Convenção de Genebra, tratado das Nações Unidas elaborado em 1951 e assinado por 147 países, define refugiado como alguém que “teme ser perseguido por motivos de raça, religião, nacionalidade, pertença a um determinado grupo social ou por suas opiniões políticas, está fora do país de que é cidadão e, por causa desse medo, não pode ou não quer valer-se da proteção deste país”.
Uma vez que o vídeo foi captado em 2018, a referência é feita de forma errada aos refugiados provenientes do conflito que decorre na Ucrânia (que são atualmente quase 3,7 milhões) desde a invasão russa, que teve início a 24 de fevereiro de 2022.
Conclui-se, portanto, que o vídeo apresentado é antigo e que não tem relação com o atual conflito na Ucrânia. É uma gravação partilhada com o contexto alterado, com a intenção de veicular desinformação.
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Avaliação do Polígrafo:
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