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| - “Todos os dias somos bombardeados pelos meios de comunicação social e redes sociais, de imagens dos nossos heróis, profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, técnicos, auxiliares) a trabalhar para além dos seus limites, com falta de recursos físicos e uma escassez extrema de recursos humanos”, começa por ser salientar na publicação em causa.
“Hoje [dia 26 de janeiro], testemunhei mais uma dessas situações, no centro de rastreio à Covid-19, em Santiago do Cacém, excelentes profissionais a trabalhar à chuva, uma enfermeira a recolher dados e informação dos pacientes, com um fato completamente molhado, máscara e viseira, uma pasta com papéis molhados e umas mãos (entre troca de luvas) com uma cor enregeladas, mas um sorriso doce na cara. O enfermeiro que nos realizou o teste, uma simpatia extrema, um fato a escorrer água por todo o lado, uma viseira que escorria gotas, como se de lágrimas se tratassem, mas por baixo dessa viseira e máscara, mais uma vez encontrei um sorriso acolhedor”, descreve-se.
E lança-se depois um apelo: “Será que não existe a possibilidade de se colocar uma tenda, lona, toldo para abrigar estes profissionais das intempéries que se fazem sentir e assim podermos dignificar, só um pouquinho, o trabalho de mérito destes profissionais. Por favor partilhem, até que chegue a quem de direito”.
As imagens são autênticas?
Sim. Contactada pelo Polígrafo, fonte oficial da clínica médica HIF, responsável pelo local de testagem, “confirma a veracidade das imagens assim como o facto de terem sido captadas no centro de rastreio de Santiago do Cacém que funciona em modo drive-thru“.
A mesma fonte explica que a clínica médica “está a prestar um serviço a um laboratório recebendo em contrapartida um valor que permite cobrir as despesas com a equipa e com todos os equipamentos de proteção individual necessários à segurança dos profissionais de saúde”. No entanto, alega que “a aquisição de uma lona seria incomportável” para a clínica que é “recente e um negócio familiar”.
A clínica indica que pediu apoio à autarquia local para a montagem do centro de testagem, a qual “cedeu o espaço e a higienização do local”. Mais, sublinha que com a aproximação do Inverno e a previsível exposição da equipa à chuva e vento “foi feito um pedido à Câmara Municipal de reavaliação do apoio”.
Depois da tentativa de utilização de um espaço alternativo cedido pelo município que a clínica descreve como “um ermo desprotegido, enlameado e altamente ventoso”, terá sido requerida à Câmara Municipal de Santiago do Cacém o fornecimento de uma lona para proteção dos veículos e profissionais de saúde. A resposta da autarquia, segundo a clínica, foi a de que essa opção estaria “fora de questão“.
“Cientes de que a chuva não afasta a necessidade de testar, foi a própria equipa de enfermagem que se propôs a dar continuidade a este serviço, motivada pelo aumento diário de casos de SARS-CoV -2 e pela ausência de outra entidade rastreadora no concelho“, explica.
Também questionada pelo Polígrafo, a Câmara Municipal de Santiago do Cacém informa que o centro de rastreio funciona num edifício do parque de feiras e exposições cedido pela autarquia e que “os técnicos, aquando da realização do teste, têm que se deslocar junto das viaturas e em espaço descoberto“.
No entanto, a autarquia garante que apresentou uma alternativa de espaço, dentro do mesmo recinto, “onde os técnicos ficariam abrigados da chuva, porque é um espaço composto por edifícios com uma pala/telheiro”, mas a proposta não foi aceite.
A clínica médica responsável pelo centro de rastreio Covid-19 informou entretanto o Polígrafo que “outra entidade” já disponibilizou uma lona para a proteção do espaço e dos profissionais de saúde que realizam a testagem no município. A estrutura foi montada no dia 2 de fevereiro.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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