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| - O que estão compartilhando: que Caetano Veloso disse “viva o Hamas” durante show em Porto Alegre.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. Vídeos compartilhados nas redes sociais também não mostram nenhuma menção do cantor ao Hamas. Em nota, a assessoria do cantor informou ser mentira que ele tenha “declarado verbalmente ‘Viva o Hamas’ ou apoiado o grupo extremista.”
Saiba mais: No último sábado, 2, durante show em Porto Alegre, Caetano Veloso levantou a bandeira da Palestina. O momento foi gravado por quem esteve presente (abaixo). O cantor diz algumas palavras enquanto segura a bandeira, mas não é possível distinguir o que é falado. A mulher que gravou as imagens de Caetano com o símbolo palestino não menciona o Hamas na postagem em que compartilhou o vídeo. O Verifica tentou contato com ela, mas não teve resposta.
O Estadão Verifica recebeu por meio do WhatsApp 11 97683-7490 pedidos de checagens sobre publicações que afirmavam que o cantor celebrou o Hamas. Não há nenhum registro público de que isso tenha ocorrido, o que também foi negado por meio da assessoria do cantor. O conteúdo desinformativo também foi compartilhado no Facebook.
Não é a primeira vez que Caetano Veloso se manifesta publicamente em apoio à Palestina. Em 2015, o cantor publicou um artigo no jornal Folha de S. Paulo intitulado “Visitar Israel para não mais voltar a Israel”.
O texto conta a experiência do artista durante sua passagem em Tel Aviv para uma turnê de shows com Gilberto Gil, relembra outras visitas ao país e expressa insatisfação com o tratamento de Israel com os palestinos. “Gosto de Israel fisicamente. Tel Aviv é um lugar meu, de que tenho saudade, quase como tenho da Bahia. Mas acho que nunca mais voltarei lá”, escreveu, à época.
A reportagem não encontrou nenhuma declaração de Caetano em apoio ao Hamas.
Hamas é a Palestina?
O Hamas não é a Palestina. O grupo é atualmente a maior organização islâmica nos territórios palestinos. A organização muçulmana sunita interpreta os ensinamentos do Alcorão, livro sagrado para muçulmanos, de forma radical e é considerado terrorista por Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido.
Em 2006, o Hamas venceu eleições legislativas e assumiu o comando da Faixa de Gaza de forma independente, expulsando o Fatah, grupo político laico, da região que possui o controle da Cisjordânia. Em julho do ano passado, uma pesquisa do Centro de Mídia & Comunicação de Jerusalém (JMCC) em parceria com a fundação alemã Friedrich Ebert mostrou que apenas 12% dos palestinos “dizem confiar no Hamas”.
Em 7 de outubro de 2023 o Hamas atacou o sul de Israel. Estima-se que 1.200 pessoas foram mortas naquele dia, e 250 capturadas. Em contrapartida, o exército israelense iniciou ataques à Gaza por terra, ar e mar.
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