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  • Cristina Rodrigues vai integrar o gabinete da assessoria parlamentar do Chega a partir da próxima semana. O anúncio foi feito pela própria na sua conta no Twitter: “Com toda a transparência quero dizer-vos que irei trabalhar para o Chega. As minhas funções serão jurídicas e foi-me assegurada a possibilidade de continuar a trabalhar certos temas que acho prioritários. Apenas vos quero dizer que continuo aqui, sempre disponível para ajudar no que me for possível.” O partido confirmou a informação ao Polígrafo através de um comunicado de imprensa. “O Chega anuncia que a ex-deputada Cristina Rodrigues fará parte do gabinete de assessoria parlamentar, a iniciar funções no início da nova legislatura. A ex-deputada Cristina Rodrigues prestará apoio, enquanto coordenadora jurídica, ao gabinete parlamentar, que beneficiará da sua considerável experiência parlamentar e de muitas causas nobres em que tem colocado o seu empenho”, lê-se na nota. Nas redes sociais, as reações não tardaram e muitos sublinham contradições entre a ação política até agora da ex-deputada e alguns ideais defendidos pelo Chega. Um dos assuntos mais referidos é a questão das touradas. “Uma ex-assessora do IRA e ex-deputada do PAN vai agora ser assalariada do CHEGA, o partido das touradas. Cristina Rodrigues ainda tentou a via do feminismo proibicionista, mas o mercado da extrema-direita falou mais alto”, lê-se num tweet. A ex-deputada do PAN sempre foi clara quanto à sua posição sobre a tauromaquia. Por exemplo, num tweet de 18 de agosto do ano passado, escreveu: “Quero saber qual o valor atribuído à tauromaquia através do ‘garantir cultura’. Só no primeiro semestre cinco empresas receberam mais de 200 mil euros para organizar touradas. Tantos profissionais da cultura sem receber um euro e o Governo anda a patrocinar o sofrimento animal.” O tweet surgia a propósito de uma notícia sobre uma pergunta que dirigiu ao Parlamento sobre as verbas atribuídas ao setor tauromáquico em 2020. Dias depois, a 30 de agosto de 2021, dava entrada na Assembleia da República o Projecto de Lei n.º 921/XIV/2.ª, da autoria de Cristina Rodrigues, que determinava “o fim das touradas” e previa “apoios para a reconversão das praças de touros existentes em equipamentos culturais ou desportivos”. “Não só pelo crescente desinteresse da sociedade portuguesa na tourada e, por oposição, a evolução que tem ocorrido relativamente à proteção e bem-estar dos animais e ao crescente reconhecimento dos seus direitos, a tourada é um evento que já não deve ter lugar nos dias de hoje”, defendeu a deputada, referindo ainda que a Lei de Proteção aos Animais “consagra no n.º 1 do artigo 1.º, expressamente, a proibição de todas as violências injustificadas contra animais, considerando-se como tais os atos consistentes em, sem necessidade, se infligir a morte, o sofrimento cruel e prolongado ou graves lesões a um animal”. Já o Chega defende, no seu programa político, a “defesa do Mundo Rural, no respeito das boas práticas agrícolas e dos bons costumes de bem-estar animal, contra todas as ameaças da ideologia animalista. Representamos e promovemos a Agricultura, a Pecuária, a Caça, a Pesca, a Tauromaquia, as Tradições, nossas gentes bem como os seus usos e bons costumes. Preservaremos sempre a identidade portuguesa dos meios rurais, tais como a etnografia, o artesanato, a gastronomia, utilização racional de recursos naturais como uma consagração da biodiversidade nacional”. Além disso, foi um dos partidos que votou contra o fim dos apoios públicos à tourada em 2020. Na altura, o deputado único André Ventura defendeu que “a tauromaquia é cultura” e apontou para os “milhares de postos de trabalho” que dependem do setor. O Polígrafo questionou a ex-deputada sobre os motivos que a levaram a aceitar o cargo de assessora parlamentar do Chega e também sobre as contradições que lhe estão a ser apontadas nas redes sociais, mas não obteve resposta. ____________________________________ Avaliação do Polígrafo:
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