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| - Na entrevista ao jornal “Observador” publicada a 13 de abril, o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, concordou com a alegação de que “Fernando Medina também é o responsável pelos problemas na Saúde”, na medida em que – sublinhou – “tudo está dependente da assinatura do ministro das Finanças“.
Em relação aos “problemas na Saúde”, Raimundo foi mais longe nas críticas ao Governo do PS, afirmando que “não são as reversões das PPP [Parcerias Público-Privadas] que mascaram este caminho que está a ser trilhado pelo Governo que é de desresponsabilização, de estrangulamento e de desvalorização completa dos profissionais”.
Nesse contexto, questionado sobre se “os utentes do hospital de Loures não estariam melhor com um hospital da esfera pública mas com gestão privada”, o líder do PCP respondeu da seguinte forma:
“A questão é mais ampla. Se estivéssemos a falar dos utentes de Loures, podíamos estar aqui muito tempo. O problema é que temos 1,6 milhões de pessoas sem médico de família. Temos urgências a fechar porque não há médicos, porque não há investimento. Esse é que é o problema do Serviço Nacional de Saúde.”
No que concerne aos utentes sem médico de família atribuído, o número indicado está correto?
De facto, segundo os últimos dados disponíveis no portal “Transparência” do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o número de utentes inscritos em Cuidados de Saúde Primários sem médico de família atribuído voltou a aumentar para um total de 1.608.204 no final do mês de março, entre os quais 30.414 por opção.
Há exatamente um ano, em março de 2022, registavam-se 1.235.831 utentes inscritos sem médico de família atribuído.
O número de utentes inscritos em Cuidados de Saúde Primários também tem aumentado, importa ressalvar, de 10.505.410 em março de 2022 para 10.582.350 em março de 2023. Mas não o suficiente para explicar o nível mais elevado de crescimento do número de utentes sem médico de família.
Prova disso é que a proporção de utentes sem médico de família no número total de utentes inscritos também aumentou: de cerca de 11,8% em março de 2022 para 15,2% em março de 2023.
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Avaliação do Polígrafo:
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