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| - “A ser verdade, é muito grave! Como pagam depois os fornecedores os salários aos seus funcionários? Tudo se transforma numa ‘bola de neve'”, comenta o autor da publicação, baseada numa imagem do desabamento ocorrido no dia 29 de setembro, junto à estação da Praça de Espanha, que resultou em danos estruturais e quatro pessoas feridas.
Associada à imagem destaca-se a seguinte mensagem: “Parece que o buraco no Metro de Lisboa ainda lá está e aumenta! Pois dizem os fornecedores que não recebem desde setembro!”
Verdade ou mentira?
Questionada pelo Polígrafo, fonte oficial da empresa pública do Metropolitano de Lisboa desmentiu tal alegação.
Na resposta, a empresa admite que “a pandemia da Covid-19 originou uma quebra significativa nas receitas, atingindo os 98% de quebra em alguns meses de confinamento e fixando-se acima dos 50% nos últimos meses de 2020, o que levou à diminuição das disponibilidades financeiras da empresa”.
No entanto, apesar do contexto de limitações, o Metropolitano de Lisboa ressalva que o Estado, através do Decreto-Lei 14-C/2020, de 7 de abril, criou mecanismos para comparticipar a contratualização de serviços públicos de transporte de passageiros, permitindo o pagamento aos operadores dos serviços necessários para o efeito.
“Apesar destes ajustamentos, sempre que se revelou necessário, o Metropolitano de Lisboa recorreu ao acionista [Estado] para poder assegurar o pagamento aos operadores dos serviços necessários para o efeito”, garante.
Mediante este esforço adicional, o Metropolitano de Lisboa “conseguiu controlar o prazo médio de pagamentos da empresa que, desde o segundo trimestre de 2020, nunca ultrapassou os 60 dias“.
Pelo que se conclui ser falso que o Metropolitano de Lisboa esteja com pagamentos em atraso aos fornecedores desde setembro do ano passado. A empresa não nega o impacto financeiro da pandemia da Covid-19 e as consequentes dificuldades em pagar aos operadores de serviço (ou fornecedores), mas garante que os atrasos nos pagamentos nunca foram superiores a dois meses.
Sendo a publicação em causa datada de 28 de dezembro e referindo-se a um não pagamento generalizado a fornecedores desde setembro, trata-se de uma alegação sem fundamento.
De resto, importa salientar que o “buraco” mencionado na publicação, resultante de uma perfuração da abóbada do túnel do Metropolitano de Lisboa entre as estações S. Sebastião e Praça de Espanha, já foi reparado na sua totalidade, logo no dia seguinte à ocorrência do desabamento, informa a mesma empresa na resposta ao Polígrafo.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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