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  • Já acumula centenas de partilhas em poucas horas nas redes sociais. Trata-se da imagem de um de um cartaz publicitário da empresa Carnes Sá da Bandeira, no qual se promove vitela branca para assar, a 9,50 euros por quilograma. Em vez de carne ou vitelas vivas, porém, o cartaz exibe uma mulher na praia, de biquini branco. No topo do cartaz destaca-se o slogan da empresa sediada em Vila Nova de Gaia, a saber: “Para quem prefere o melhor“. A imagem do cartaz é autêntica ou trata-se de uma montagem? Há mesmo uma Empresa de Vila Nova de Gaia que promove carne de vitela branca associada à imagem de uma mulher em biquini? Sim, confirma-se que é verdade. O cartaz existe mesmo e, aliás, já motivou uma queixa do Movimento Democrático de Mulheres (MDM) à Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG). “As mulheres não são mercadoria! MDM envia protesto à CIG. O MDM vem pela presente denunciar a publicidade do Grupo Carnes Sá da Bandeira, sediado em Vila Nova de Gaia, que anuncia a venda de carne de vitela branca para assar e de coxas de frango, associando-a à imagem de uma mulher em biquini na praia, conforme fotografias que se anexam”, lê-se em publicação na página do MDM no Facebook, anunciando o envio da queixa. “Dirão alguns que ‘o mal está nos olhos de quem o vê’. Outros, talvez, que as imagens não estarão associadas ao produto, mas sim à estação do ano. Dizemos nós, porém, que já estamos fartas de que o corpo da mulher sirva, subliminar ou explicitamente, para vender todo o tipo de produtos, num mercado que tem interesse em vender e que sabe que assim assegura melhor esse objectivo. É tempo de dizer que as mulheres não são mercadoria, não são produtos vendáveis, nem podem os seus corpos ser usados como tal. Alertamos para o facto de esta prática, absolutamente vexatória das mulheres, ajudar a manter estereótipos de género, a disseminar e a naturalizar o desrespeito pelas mulheres enquanto seres humanos, desrespeito esse que incita à submissão, o escárnio e à própria violência contra as mulheres”, acrescentam. “Este tipo de publicidade viola claramente o Código da Publicidade, que no seu Artigo 7.º (Princípio da licitude) proíbe a publicidade que, pela sua forma, objecto ou fim, ofenda os valores, princípios e instituições fundamentais constitucionalmente consagrados, bem como proíbe publicidade que atente contra a dignidade da pessoa humana e contenha qualquer discriminação em relação à raça, língua, território de origem, religião ou sexo. Viola igualmente o artigo 9.º (Publicidade oculta ou dissimulada) do mesmo Código que veda o uso de imagens subliminares ou outros meios dissimuladores que explorem a possibilidade de transmitir publicidade sem que os destinatários se apercebam da natureza publicitária da mensagem. Posto isto, vimos solicitar a intervenção da CIG junto das entidades competentes pela fiscalização e instrução de processos de contra-ordenações para que a publicidade em causa seja retirada e se apurem todas as responsabilidades e consequências de acordo com o estabelecido na lei”, concluem. Além da vitela branca para assar, a empresa Carnes Sá da Bandeira promove outros produtos com a mesma imagem de uma mulher de biquini na praia, nomeadamente lombo para assar, costeletas ou tiras de entrecosto e coxas de frango, como é visível em imagens publicadas na página da empresa no Facebook. Atualização: entretanto, depois da publicação deste fact-check a empresa Carnes Sá da Bandeira fez chegar ao Polígrafo o seguinte comentário através do Facebook: Estamos no mercado há cerca de 30 anos e sempre nos pautamos por uma conduta correta, educada, e respeitadora com Colaboradores, clientes, fornecedores e publico em geral. É norma da casa todos os meses divulgarmos os nossos preços realizando cartazes publicitários, fazendo sempre alusão à época /estação do ano em que nos encontramos. Não era de todo a nossa intenção comparar a mulher à vitela ou às coxas de frango. Conforme é possível ver a mesma imagem foi utilizada para fazer publicidade a outros produtos. A circulação da imagem alusiva a um único preço (vitela) transforma a campanha publicitária numa campanha discriminatória e sexista cuja a motivação nunca teve por base, uma vez que publicitamos igualmente produtos como bife cernelha, Moelas, bife frango.. De qualquer forma e visto que não pretendíamos ofender ninguém mandamos retirar de imediato os cartazes. Pedimos desculpa pelo sucedido! Avaliação do Polígrafo:
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