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| - A publicação baseia-se em duas imagens de Paulo Raimundo (secretário-geral do PCP) e Catarina Martins (coordenadora do BE) na mais recente manifestação dos professores em Lisboa. Supostamente, os líderes dos comunistas e dos bloquistas não terão participado nas manifestações dos professores durante o período de governação sob o modelo da denominada geringonça (i.e., um Governo minoritário do PS com acordos de incidência parlamentar com o PCP e o BE, além do PEV).
“Durante cinco anos fizeram parte da ‘geringonça’ socialista e andaram calados. Apareceu o STOP e agora já aparecem nas manifestações dos professores contra o amigo PS”, acusa-se, para logo depois concluir: “Tenham vergonha, Paulo Raimundo e Catarina Martins.”
É verdade que os líderes do PCP (na altura era Jerónimo de Sousa) e do BE não marcaram presença ou não apoiaram as manifestações dos professores durante o período da geringonça?
Recuemos até 2019, quando os docentes já exigiam a recuperação da totalidade dos anos de serviço congelados (nessa altura, um total de nove anos, quatro meses e dois dias). No dia 23 de março de 2019, realizou-se uma manifestação de professores que contou com a presença da coordenadora do BE, Catarina Martins, e do então secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa.
No “Esquerda.net”, portal informativo do Bloco de Esquerda, está publicada uma fotogaleria referente a esse dia de manifestação. Várias imagens demonstram que as bloquistas Joana Mortágua e Catarina Martins estiveram ao lado dos professores na luta pela recuperação integral do tempo de serviço.
Em declarações proferidas nesse dia, aliás, Catarina Martins defendeu que “a luta dos professores é uma luta por um direito básico. (…) Temos de dar aos professores o tempo de carreira [que esteve congelado]”, sublinhou a líder dos bloquistas.
Por seu lado, Jerónimo de Sousa também expressou o “compromisso de apoiar os professores”, sublinhando na altura que “o PS tem uma palavra determinante [opunha-se à reposição integral]. O PSD é uma incógnita. A questão central é que o PS tem de reconhecer que ‘os professores têm razão'”.
Mais, a 2 de maio de 2019, os deputados do PSD, CDS-PP (estes dois últimos acabaram por recuar no voto), BE e PCP aprovaram na especialidade alterações ao Decreto-Lei do Governo – que alegava não haver capacidade financeira para as devidas reposições salariais – para a recuperação de todo o tempo de serviço dos professores que esteve congelado.
O Governo do PS, liderado por António Costa, acabaria por avançar com a recuperação de dois anos, nove meses e 18 dias, Ou seja, apenas uma parte do tempo integral reivindicado.
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Avaliação do Polígrafo:
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