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  • O que estão compartilhando: que os incêndios florestais no Havaí e na Califórnia (EUA), na Amazônia e em partes da Europa foram causados por drones que “cospem fogo” para promover a agenda climática. O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. A alegação é baseada em um vídeo que mostra a ação de bombeiros para controlar incêndios florestais e provavelmente foi gravado na província de Quebec, no Canadá. A técnica consiste em despejar uma mistura de gasolina e gel em uma linha contínua por meio de um helicóptero, de modo que a faixa de terra queimada evite que um incêndio descontrolado se alastre ao chegar naquele ponto. A prática é feita preventivamente sob condições climáticas favoráveis — ou seja, é um fogo controlado. Saiba mais: o vídeo analisado pelo Estadão Verifica foi gravado por um youtuber brasileiro em maio de 2021, mas o boato circula na internet ao menos desde agosto de 2020. Ele já foi usado por conspiracionistas para distorcer as causas de incêndios na Amazônia, na Europa, na Califórnia e, mais recentemente, na ilha de Maui, no arquipélago norte-americano do Havaí. A alegação é sempre a mesma: grupos poderosos supostamente estariam ateando fogo nas florestas, por meio de drones e helicópteros, para impulsionar a agenda climática. “Isso é um drone cuspindo fogo em florestas”, alega o youtuber brasileiro. “Manipulação total da informação para culpar a gente, que a gente não sabe cuidar da Amazônia, para que eles então tomem toda a floresta para roubar os bens e as riquezas.” Na época em que foi publicado, o vídeo original acumulou sozinho mais de 143 mil visualizações no Facebook. O conteúdo voltou a circular nesta semana, agora com outra justificativa: “Foi assim que aconteceu no Havaí e outras partes da Europa. Esse vídeo foi gravado na Califórnia para depois dizer que é climático, o calor alto que causa fogo. Isso é manipulação, fake!”, compartilha um usuário, em post exibido mais de 76 mil vezes. Boato desmentido em 2020 O blog fez uma busca reversa de imagens pelo Google Lens e encontrou um print da gravação publicado no site de checagem turco Teyit. O conteúdo, por sua vez, direciona para verificações do Politifact, serviço operado pelo Instituto Poynter, dos Estados Unidos, e do portal Lead Stories, ambas publicadas em setembro de 2020. O boato era de que o vídeo mostraria o uso de drones para incendiar florestas na Califórnia, em meio a uma crise de queimadas de larga escala neste e em outros estados americanos, como Oregon e Washington. Na realidade, o desastre ambiental foi atribuído por especialistas a uma combinação entre altas temperaturas, falta de chuva e ventos fortes, que promove um fenômeno conhecido como “raios secos”. Ao Politifact, o Departamento de Florestas e Proteção contra o Fogo da Califórnia explicou que o vídeo mostra a prática padrão de combate a incêndios florestais conhecida como queima controlada, nesse caso, realizada com um helicóptero. O site aponta que a técnica é usada para eliminar matéria seca do terreno e diminuir o risco de incêndios de grande intensidade e, com base em reportagem do The Guardian, também pode ser feita pelas agências governamentais com o auxílio de drones. Vídeo original Ao pesquisar sobre a origem do conteúdo nas redes sociais, os sites de checagem americanos encontraram uma página dedicada ao trabalho de bombeiros que agradece a um perfil específico no Facebook por compartilhar o vídeo. O homem é um bombeiro florestal da Sociedade de Proteção das Florestas contra o Fogo (SOPFEU), agência que atua na província de Quebec, no Canadá. O Estadão entrou em contato com a SOPFEU e com o perfil de Facebook para confirmar a autoria da gravação e verificar onde e quando ocorreu a atividade, mas não obteve resposta até a publicação desta checagem. Sabe-se, no entanto, que um incêndio destruiu mais de 70 mil hectares de floresta na região de Passes-Dangereuses, ao norte do lago Saint-Jean, em junho daquele ano e que a temporada de incêndios arrefeceu a partir de agosto. O terreno e a vegetação mostrados na gravação se assemelham com imagens de satélite da localidade no Google Maps. Entenda como funciona A revista National Geographic explicou como funciona a técnica de queima controlada em sua Enciclopédia. As queimadas são programadas para um momento em que o incêndio não represente uma ameaça ao público e aos bombeiros, e as condições climáticas devem ser adequadas para evitar que o fogo se espalhe descontroladamente. O objetivo do fogo controlado é queimar materiais orgânicos como grama morta, galhos de árvores caídos, árvores mortas e vegetação rasteira espessa, que se tornam combustíveis ideais em um cenário de incêndio de grande proporção. A prática depende ainda de um plano de ação, delimitando exatamente quais os locais onde faz sentido executá-la, e pode ser feita por meio de pilhas de matéria ou em uma extensão de terra. Em reportagem da BBC, o professor titular aposentado da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Ronaldo Viana Soares explica que, para o fogo existir, é preciso oxigênio, combustível e calor — o chamado “triângulo do fogo” — e que o único desses três componentes que as agências governamentais podem controlar é o material combustível, ou seja, a matéria seca em parte da floresta. Preferencialmente, a técnica é feita “na linha mais reta possível”, deixando um terreno de contenção para os grandes incêndios onde sobra apenas a vegetação mais úmida, que ajuda a apagar os focos. Existe a possibilidade de executar a queima controlada com helicópteros, em um mecanismo conhecido como “helitorch”, que despeja uma mistura de gasolina com um gel por meio de um equipamento pendurado alguns metros abaixo da aeronave. O departamento de florestas da Califórnia é um dos que ocasionalmente adotam a prática, como mostra reportagem da revista Wired, de 2015. Prática no Brasil Como mostrou o Estadão Verifica em outras checagens, a queima controlada em unidades de conservação é autorizada pelo Código Florestal Brasileiro, desde que feita em conformidade com plano de manejo e mediante aprovação prévia da autoridade que gerencia a área. O emprego da técnica dentro de propriedades rurais e com finalidade de pesquisa científica também depende do aval dos órgãos competentes. A execução desse tipo de estratégia gera a sua própria cota de desinformação no Brasil. O Estadão e outros veículos de imprensa já tiveram de esclarecer que funcionários do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) estavam combatendo incêndios em uma gravação no Pantanal e que outro conteúdo mostrava uma ação preventiva do Ibama em uma localidade do Maranhão. O blog perguntou ao Ibama se a técnica de queima controlada é usada na Amazônia e se ela envolve drones ou helicópteros, mas não houve resposta até o momento. Outro lado O Estadão entrou em contato com o youtuber Rômulo Maraschin, autor do conteúdo falso, por meio de mensagens diretas no Instagram. Ele não se manifestou a respeito.
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