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  • Em inglês torna-se mais simples de fixar: a “regra dos três cês” aconselha a evitar “closed spaces” (espaços fechados), “crowded places” (lugares lotados) e “close-contacts settings” (contactos próximos). Numa publicação partilhada no Facebook é afirmado que o virologista Pedro Simas defende que esta regra substitui a necessidade de confinamento: “Para o virologista Pedro Simas, a principal forma de transmissão da infeção ocorre por via respiratória em situações de contacto próximo. Para ele, não temos de ficar confinados! Temos é de usar a regra dos três cês: evitar closed contacts (contactos próximos), closed spaces (espaços fechados) e crowded spaces (espaços lotados). O nosso comportamento como sociedade é fundamental para construir a tão desejada imunidade de grupo, protegendo os grupos de risco”, pode ler-se no post que é acompanhado pela fotografia do virologista. Questionado pelo Polígrafo, Pedro Simas admite concordar com a “regra dos três cês” e, aliás, diz que já a defendeu várias vezes na comunicação social. Contudo, alerta que isso “não chega” para combater a pandemia. “Isto está um bocado retirado do contexto no sentido em que não é só isto. Só isto não chega. Além disto é essencial usar máscara”, sublinha o virologista, apontando para o perigo de se passar uma mensagem incompleta. Além da“regra dos três cês”, que é outra forma de definir o conceito de distanciamento físico – também aconselhado pela Direção-Geral da Saúde -, Simas salienta que o uso de máscara e a lavagem das mãos são fatores importantes no combate à propagação da Covid-19. Ao contrário do que se faz crer na publicação, a “regra dos três cês” não foi criada pelo virologista português. Fez parte de duas campanhas de comunicação, uma promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e outra pelo gabinete de comunicação do primeiro-ministro do Japão. Ambas as campanhas defendem que se deve evitar os “closed spaces” ou “confined and enclosed spaces” (espaços fechados ou espaços confinados e fechados), “crowded places” (lugares lotados) e “close-contacts settings” (contactos próximos), destacando que “o risco de ocorrência de agrupamentos é particularmente elevado quando os três cês se sobrepõem”. Na imagem divulgada pela OMS também se apresentam mais conselhos que vão ao encontro do que defende Simas – usar máscara, lavar as mãos, tossir e espirrar para o cotovelo, entre outros. Ou seja, a publicação dá a entender que a “regra dos três cês” foi criada por Simas e que basta seguir estes três parâmetros para travar a propagação da pandemia. Na verdade, o virologista concorda com estes conselhos, mas considera que não são suficientes: as pessoas devem também utilizar máscara e fazer a higienização das mãos. A publicação dá ainda a entender que o modo de transmissão da Covid-19 é uma opinião do virologista português: “Para o virologista Pedro Simas, a principal forma de transmissão da infeção ocorre por via respiratória em situações de contacto próximo”. A ideia de transmissão da infeção por via respiratória não é apenas uma opinião de Simas, mas resulta das conclusões de vários estudos e foi validada pela comunidade científica e pela OMS. Além do distanciamento físico, da higiene das mãos e do uso de máscara, Simas acrescenta outros dois pontos que também considera serem importantes na luta contra o novo coronavírus: a capacidade de testagem e a evolução do tratamento. “A testagem é muito importante. Até agora testavam-se pessoas que tinham sinais clínicos da doença, suspeitas, e, vindo-se a confirmar, testavam-se os contactos e fazia-se o tal contact tracing [mapeamento dos contactos], os isolamentos e quarentenas. Agora é muito importante complementar isso com uma testagem de vigilância epidemiológica. Ou seja, em vez de estar a testar suspeito para depois enviar para casa, testa-se para enviar para o trabalho e para as escolas”, defende o professor e investigador. _____________________________ Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social. Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é: Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos. Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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