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| - “Portugal gasta mais do que a média europeia em termos de saúde e tem uma prestação de serviço muito pior do que essa mesma média europeia”. Esta foi a frase completa de Rui Rio, no debate de ontem perante Catarina Martins, quando explicava o que propõe fazer de diferente no setor da saúde.
O líder do PSD apontou também para a falta de “organização e planeamento” e defendeu ser necessário “chamar o setor privado e o setor social, não para privatizar o sistema de saúde, mas para complementar aquilo que o Serviço Nacional de Saúde não tem estado capaz de fazer”. Uma perspetiva quase diametralmente oposta à do líder do Bloco de Esquerda.
Mas confirma-se que “Portugal gasta mais do que a média da União Europeia em termos de saúde”?
Não. O Polígrafo consultou o mais recente relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e do European Observatory on Health Systems and Policies, em cooperação com a Comissão Europeia, intitulado como “Estado da Saúde na UE – Portugal – Perfil de saúde do país 2021”, e encontrou dados que refutam a alegação de Rio.
“Em Portugal, as despesas de saúde per capita e as despesas de saúde como percentagem do PIB são, desde há muitos anos, inferiores à média da União Europeia“, informa-se no documento.
De acordo com a mesma fonte, “em 2019, Portugal gastou 2.314 euros per capita em saúde (ajustados em função das diferenças no poder de compra), ou seja, mais de um terço abaixo da média da União Europeia de 3.523 euros. Em 2019, as despesas de saúde em percentagem do PIB foram de 9,5%, também inferiores à média da União Europeia de 9,9%”.
No topo da tabela, acima da média da União Europeia, destacam-se países como a Noruega, Alemanha, Países Baixos, Áustria, Suécia, Dinamarca, entre outros.
Classificamos assim a afirmação de Rio como errada.
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Avaliação do Polígrafo:
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