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| - A publicação começa com um tom de urgência: “Importantíssimo, para distribuir a todos os que não querem ser vacinados.” A seguir, faz uma alegação — que tem surgido em várias publicações, mais ou menos semelhantes, nas redes sociais — de que as vacinas contra a Covid-19 têm os dias contados. O motivo? A União Europeia aprovou cinco medicamentos que tornam as vacinas obsoletas.
“A União Europeia aprovou 5 terapias que estarão disponíveis em todos os hospitais dos Estados-membros para tratar Covid. Essas terapias são aprovadas por decreto do Conselho Europeu (parlamento europeu) e estarão em funcionamento a partir de 01/10, portanto serão distribuídas aos poucos por volta de 20/10”, afirma-se no post, ou seja, os medicamentos já estariam a ser usados na Europa desde final de outubro.
“As vacinas foram aprovadas em ‘forma experimental provisória’, porém, como por decreto, haverá a obrigatoriedade de prescrição desses 5 novos medicamentos, o uso da vacina será encerrado”, continua o texto, onde também se afirma que “agora que a ivermectina foi autorizada novamente, não há necessidade de vacina”.
Verificando os factos, conclui-se, desde logo, que a publicação tem dois erros crassos. Nem a União Europeia autorizou e começou a usar cinco medicamentos para tratar doentes de Covid-19, nem a ivermectina foi autorizada para tratamentos a infetados com o vírus SARS-CoV-2.
No final de outubro, a Comissão Europeia estabeleceu uma carteira dos dez tratamentos mais promissores para a Covid-19 — os “candidatos mais suscetíveis de serem autorizados e, por conseguinte, de estarem brevemente disponíveis no mercado europeu”. Apesar disso, o seu uso nos hospitais dos Estados-membros dependerá sempre da confirmação pela EMA, a Agência Europeia de Medicamentos, da sua segurança e eficácia.
Em termos de medicamentos para a Covid-19 este é o documento mais recente da Comissão Europeia, não havendo quaisquer outros cinco fármacos aprovados para substituição das vacinas. Aliás, no documento intitulado “Estratégia da UE em matéria de terapêuticas contra a COVID-19: Comissão identifica cinco terapêuticas candidatas promissoras”, refere-se que a campanha de vacinação é “a melhor forma de pôr termo à pandemia e de regressar a uma vida normal”.
Quanto à ivermectina, que chegou a ser usada para tratar doentes Covid, não há provas, até à data, de que tenha efeitos positivos no tratamento da doença e tanto o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), como o congénere norte-americano (CDC), têm comunicados sobre o uso deste remédio, não aconselhando o seu uso em doentes Covid.
Conclusão:
Falso. A Comissão Europeia continua a manter que a campanha de vacinação é “a melhor forma de pôr termo à pandemia e de regressar a uma vida normal” e o que existe, desde final de outubro, é uma carteira dos dez tratamentos mais promissores para a Covid-19. São apenas potenciais medicamentos e o seu uso dependerá sempre da confirmação pela Agência Europeia de Medicamentos da sua segurança e eficácia.
Segundo a classificação do Observador, este conteúdo é:
No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:
FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
Nota: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
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