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| - “Desde a adesão de Portugal à UE o crescimento médio anual do PIB foi de 2,13%. (Na Lituânia, na Letónia e a na Estónia – países da Zona Euro com menor carga fiscal que a nossa – foi 3,46%, 3,06% e 3,18% respetivamente). Talvez devêssemos discutir, a sério, que a carga fiscal é um dos maiores entraves à criação de riqueza, e portanto, à sua redistribuição”, destaca-se num tweet de 18 de abril.
Sobre este tópico, questionamos: pode Portugal ser um dos países onde a economia menos cresceu nos últimos anos? E porquê?
As previsões mais recentes do Fundo Monetário Internacional (FMI) traçam um cenário pouco positivo para o país nos próximos anos, ou até 2028. Já este ano, o FMI aponta para um crescimento de apenas 1%, que sobe para 1,7% em 2024. No que respeita à taxa de crescimento real do PIB, e como o Polígrafo já verificou noutras ocasiões, o período entre 2016 e 2019 (formando o quadriénio do primeiro Governo do PS baseado na geringonça que tomou posse no final de 2015) destaca-se com as variações mais positivas desde 2002, quando Portugal aderiu à moeda única europeia. A saber: +2,02% em 2016, +3,51% em 2017, +2,85% em 2018 e +2,68% em 2019.
Basta, porém, comparar com outros países para perceber que o cenário não é assim tão positivo: desde 1986, ano em que aderiu à União Europeia, e até 2023, Portugal registou um crescimento acumulado de 83,2%, o que corresponde a uma taxa média anual na ordem dos 2,24% (um valor bastante próximo do indicado no tweet).
Olhemos agora para a Letónia, Lituânia e Estónia, os três países em destaque no “post”: na Letónia, a taxa acumulada de crescimento do PIB desde 2004, ano em que aderiu à UE, é de 52,9%, o que traduz para uma taxa média anual de 2,78%, acima de Portugal.
Na Lituânia, que entrou para a UE em 2004 também, o crescimento acumulado do PIB até 2023 é de 64,2%, ou seja, 3,38% de média anual. Por fim, na Estónia, o crescimento acumulado cifrou-se nos 54,7% e o anual ficou-se pelos 2,88%.
Apesar de diferirem em alguns pontos percentuais dos números divulgados no tweet, o que é certo é que estes três países conseguiram um crescimento acima do português desde a entrada na União Europeia.
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Avaliação do Polígrafo:
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