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| - “Resultado histórico! Nenhum voto a favor de um projeto de lei! Nenhum deputado do Chega votou ontem! Faltaram a 55 votações“, realça-se em letras maiúsculas e coloridas sobre a imagem difundida no post de 22 de julho no Facebook.
“Assim se vê o respeito pelos seus eleitores! A ‘birrinha’ do Grupo Parlamentar do Chega fez com que faltassem ontem a 55 votações e que o seu projeto de lei tivesse um resultado histórico, ou seja, não teve nenhum voto a favor”, descreve-se no respetivo texto.
“Mas não é coisa nova, André Ventura faltou em novembro de 2021 a 88 votações no Parlamento e não se conhece que tenha faltado alguma vez a uma entrevista num canal de televisão amigo”, conclui-se.
Confirma-se que os deputados do Chega faltaram a 55 votações no dia 21 de julho?
Pelas nossas contas faltaram mesmo a 56 votações, mas este número inclui o desdobramento de três propostas em vários pontos.
Nos registos das votações efetuadas a 21 de julho na Assembleia da República (pode consultar aqui e aqui) encontramos também o Projeto de Lei n.º 213/XV/1.ª – “Revê as normas da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, em matéria de autorização de residência para exercício de atividade profissional e em matéria de condutas criminosas de auxílio à imigração ilegal, angariação e utilização de mão-de-obra ilegal, agravando as penas respetivas -, apresentado pelos 12 deputados do partido Chega, que foi chumbado com 218 votos contra, zero abstenções e zero votos a favor.
Importa porém ter em atenção que, nesse mesmo dia 21 de julho, os deputados do Chega abandonaram o plenário a meio de uma intervenção de Augusto Santos Silva, quando este respondia diretamente às críticas de André Ventura, que acusou o Presidente da Assembleia da República de não ser isento e representar o PS nas suas funções.
A troca de argumentos começou depois de uma intervenção do líder do Chega, no debate sobre uma proposta do Governo que altera o regime jurídico de entrada, permanência, saída e afastamento de estrangeiros do território nacional, três projetos de lei do Livre e uma iniciativa do Chega.
Segundo reportou a Agência Lusa, Ventura acusou o Governo de querer que os imigrantes “venham de qualquer maneira” para o país e atirou: “Só há uns que nunca têm prioridade no discurso do Governo, os portugueses que trabalharam toda a vida, que pagam impostos e estão a sustentar o país.”
Aliás, Ventura chegou mesmo a dizer que os imigrantes que chegam a Portugal não são iguais aos portugueses que emigram para outros países, intervenção que gerou muitos protestos por parte de vários deputados no hemiciclo e levou à intervenção de Santos Silva.
“Devo dizer que como Presidente da Assembleia da República de Portugal considero que Portugal deve muito, mas mesmo muito aos muitos milhares de imigrantes que aqui trabalham, que aqui vivem e que aqui contribuem para a nossa Segurança Social, para a nossa coesão social, para a nossa vida coletiva, para a nossa cidadania e para a nossa dignidade como um país aberto inclusivo e respeitador dos outros”, declarou, tendo sido aplaudido por deputados de várias bancadas, à exceção do Chega.
Ventura ripostou, considerando que o Presidente da Assembleia da República deveria “abster-se de fazer comentários” sobre as intervenções dos deputados e acusando-o de representar o PS nas suas funções.
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Avaliação do Polígrafo:
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