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| - Surgiu no Facebook uma publicação que mostra a imagem de uma suposta “vacina para o coronavírus canino”, com origem nos Estados Unidos da América (EUA).
“Ainda e às voltas pelas notícias mundiais acerca do coronavírus, eis que encontro surpreendentemente uma vacina coronavírus administrada na raça canina em 2001 nos EUA. Aqui há cão escondido com rabo de fora. Ai há, há. Não tenho dúvidas”, comenta o autor da publicação, a qual já acumula cerca de meio milhar de partilhas.
Este conteúdo foi denunciado como sendo fake news. Confirma-se? E, em caso afirmativo, “há cão escondido com rabo de fora” como sugere o autor da publicação?
A imagem é autêntica e existe mesmo uma vacina contra o coronavírus nos cães que é comercializada nos EUA desde 2001. Mas trata-se do coronavírus CCoV que afeta somente os cães, provocando diarreia. Não tem qualquer relação com o novo coronavírus SARS-CoV-2, nem com os seres humanos. Ou seja, não serve para ser aplicada na presente pandemia, nem nos cães, nem nos seres humanos.
Aliás, exceptuando um caso isolado e duvidoso em Hong Kong, até ao momento nada indica que os cães possam ser infetados com o novo coronavírus SARS-CoV-2, o qual está na origem da pandemia em curso de Covid-19 entre os seres humanos.
Embora esta informação pareça elementar, o facto é que a vacina em causa para o CCoV tem suscitado muito interesse nos EUA durante este período de pandemia do SARS-CoV-2, ao ponto de médicos veterinários temerem que venha a ser administrada em cães ou pessoas como forma de prevenção. É uma ideia muito perigosa que urge ser refutada.
Em declarações ao site norte-americano “Daily Beast”, Jay Margolis, da Associação de Medicina Veterinária de Virginia, sublinhou que tal vacina “simplesmente não deve ser utilizada” em nada relacionado com o novo coronavírus SARS-CoV-2.
Há vários tipos de coronavírus que afetam os cães. A vacina em causa, por exemplo, incide sobre o CCoV mas não tem qualquer efeito sobre o CRCoV, um outro coronavírus que provoca tosse e corrimento nasal… Nos cães, não nos seres humanos.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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