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| - A publicação data de 21 de setembro e mostra uma imagem com o registo de um contrato por ajuste direto visando a “aquisição de bilhetes para a Corrida de Touros de São Pedro 2021”, adjudicado pelo Município do Montijo.
“Adivinha quem pagou os bilhetes para a tourada realizada no passado dia 2 de setembro na praça de touros do Montijo? Mais uma vez, pagaram os contribuintes portugueses. Mais de 8.000 euros para ver animais a sangrar na arena”, sublinha-se no texto, finalizando com uma pergunta: “Será que os habitantes do Montijo sabem disto?”
Confirma-se que a Câmara Municipal do Montijo gastou mais de 8.000 euros em bilhetes para corrida de touros?
Sim. Aliás, este não é o primeiro nem o único contrato para a aquisição de bilhetes que a autarquia do Montijo adjudica a empresas promotoras de atividades tauromáquicas.
De acordo com a informação disponível no portal Base, o contrato em questão data de 1 de setembro. A Câmara Municipal do Montijo gastou 8.130 euros na aquisição de bilhetes para a Corrida de Touros de São Pedro, realizada no início de setembro.
O histórico de ajustes diretos da Câmara Municipal do Montijo à empresa AC Eventos, de Abel Correia, soma um total de 54.455,11 euros em serviços de aquisição de bilhetes para este género de festividades.
Nos últimos cinco anos, a promotora forneceu os mesmos serviços para sete corridas de touros, das quais uma em homenagem ao cavaleiro tauromáquico Luís Rouxinol, outra a favor da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Montijo, quatro corridas de touros de São Pedro e a VI Grande Corrida das Tertúlias indicada no mais recente contrato (também com um valor de 8.130 euros), entretanto publicado no portal Base, a 24 de setembro.
Acrescem ainda mais três contratos adjudicados pelo Executivo de Nuno Canta à empresa Aplaudir Lda., propriedade do antigo forcado João Pedro Bolota, num total de 20.796,49 euros.
Feitas as contas, a autarquia do Montijo gastou mais de 75 mil euros em bilhetes para corridas de touros nos últimos cinco anos, com excepção de 2020, devido às restrições inerentes à pandemia de Covid-19.
Nos comentários à publicação em causa aponta-se para uma eventual ilegalidade. No entanto, questionado pelo Polígrafo, o advogado Ricardo Magalhães Maia, especializado em contratação pública e autarquias locais, considera que “é pacífico, juridicamente, que as autarquias promovam, de modo próprio, movimentos culturais, atividades lúdicas”.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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